14 de fevereiro de 2020 . 16:39

AMATRA1 participa de bloco de carnaval pelo combate ao trabalho infantil

Batucada e samba para alertar contra o trabalho infantil e defender a segurança no ambiente profissional. Magistrados do Trabalho se uniram ao grupo Batuque da Justiça, formado por integrantes do Sisejufe (Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro), e à bateria feminina Fina Batucada para abordar os temas de maneira descontraída e se aproximar da sociedade, nesta sexta-feira (14), em frente a sede do TRT-1.

“A conscientização da população é a única forma de erradicar o trabalho infantil. O juiz é um agente público e político do Estado, mas ele também é sensível às questões sociais. Quando mostramos que o judiciário está engajado, a população tem mais confiança e acredita muito mais”, afirmou a 2ª vice-presidente da AMATRA1, Adriana Leandro, gestora regional de 1º grau do Programa Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem.

A coordenadora do Acordo de Cooperação para Combate ao Trabalho Infantil no Rio de Janeiro, Maria Vitória Sussekind Rocha, falou sobre o aumento do trabalho infantil nesta época do ano. “Não sei se a população tem total consciência do trabalho infantil. Vemos muitos ambulantes com filhos nos blocos de carnaval. Temos que alertar que criança não pode trabalhar!” 

Para a diretora de Cidadania e Direitos Humanos da AMATRA1, Carina Bicalho, o objetivo é provocar uma reflexão. “Carnaval é uma brincadeira, mas também é um ato político, um ato de reflexão sobre a sociedade que a gente quer. Temos percebido que, com a desigualdade social e a restrição de acesso aos programas sociais, tem aumentado os casos de trabalho infantil, de trabalho escravo, assim como a população de rua. Temos que refletir sobre isso.”

 

O evento marcou o lançamento oficial da campanha do TRT-1 contra o trabalho infantil e pelo trabalho seguro no carnaval. O desembargador José Luís Campos Xavier, gestor regional de 2º grau do Programa Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, destacou que o lema da campanha é “Carnaval com Responsabilidade Social” e lembrou acidentes com carros alegóricos no sambódromo do Rio.

“Percebemos que há um desrespeito à segurança do trabalhador. Tem que seguir todas as normas que a lei determina. Não é admissível que se ignore esse tipo de proteção ao trabalhador”, afirmou o desembargador.

A campanha é fruto da parceria do TRT-1, por meio do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem e do Trabalho Seguro – Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho; com a Sisejufe; com a AMATRA1; e com o Acordo de Cooperação para Combate ao Trabalho Infantil no Estado do Rio de Janeiro. A Caarj (Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro) e OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) também apoiaram o evento. Deildo Jacinto, coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI-RJ), ressaltou a importância da “união de todas as entidades pela proteção das crianças e dos adolescentes”.

Coordenadora do programa Trabalho, Justiça e Cidadania e diretora da AMATRA1, Benimar Medeiros, também participou do evento. “O combate ao trabalho infantil é uma questão que levamos para as escolas que participam do TJC. Há um entendimento equivocado de que é melhor a criança trabalhar do que estar nas ruas. Temos que mostrar que existem alternativas para acabar com a exploração. Todos precisam abraçar essa causa.”

< VOLTAR