Da esquerda para a direita: a presidente da Amatra1, Cléa Couto; o presidente da Escola Judicial do TRT/RJ, desembargador Evandro Pereira Valadão Lopes; o vice-corregedor, desembargador José Nascimento Araujo Netto; e a juíza do Trabalho Marise Costa Rodrigues, presidente do Comitê de Valorização do Primeiro Grau
Nesta quarta-feira (13), magistrados se reuniram, no auditório do prédio-sede do TRT/RJ, para o primeiro dia do VI Fórum Gestão Judiciária, cujo tema é "(Re)inventar o Judiciário: o impacto das crises". O evento, que vai até sexta-feira (15), é promovido pelo TRT/RJ, pela Escola Judicial (EJ1) e pelo Comitê Regional para Gestão e Implementação da Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição, com o apoio da Amatra1.
Abrindo os trabalhos, o vice-corregedor do TRT/RJ, desembargador José Nascimento Araujo Netto Nascimento, ressaltou, em sua fala, o momento de crise enfrentado pelo Tribunal. “Enfrentaremos, daqui para frente, uma combinação explosiva de uma crise econômica intensa com o aumento da taxa de desemprego, ao mesmo tempo em que somos afetados pelo corte orçamentário. Precisaremos ter criatividade para inventar novas fórmulas e alternativas. Acredito que este Fórum irá apresentar propostas para que possamos fazer frente a este momento de crise e evitar que esta combinação tenha efeitos mais danosos”, disse.
A presidente da Amatra1, Cleá Couto, também destacou a importância do Fórum diante do cenário de instabilidade. “O Fórum é sempre uma oportunidade de estarmos juntos e de fazermos propostas. O tema deste ano é muito oportuno. E a crise que estamos atravessando no país inteiro é uma oportunidade que temos para refletir sobre o que nós já fizemos e traçarmos planos de melhorias. É um momento de escolhas, união e decisão”, afirmou.
O presidente da EJ1, desembargador Evandro Pereira Valadão Lopes, enfatizou que há seis anos o Fórum vem contribuindo para a capacidade de influir nas decisões administrativas do Tribunal e convocou todos os magistrados a participarem ativamente desta edição com o objetivo de obter ainda mais avanços.
Ainda durante a parte da manhã, o Comitê Regional para Gestão e Implementação da Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição do TRT/RJ – representado pela juíza e presidente do comitê, Marise Costa – e o Comitê de Monitoramento – representado pelos André Villela e Filipe Ribeiro Alves Passos – apresentaram um balanço de seus trabalhos.
Conferências
Da esquerda para a direita: o juiz Roberto Fragale; o desembargador Evandro Pereira Valadão Lopes; o antropólogo e diretor-executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes; e a presidente da ONG Educap, Lúcia Oliveira Cabral.
Em seguida, tiveram início as duas conferências de abertura. O antropólogo e diretor-executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes, traçou um panorama histórico sobre as raízes do conceito de solidariedade e sua relação com cidadania no Brasil, destacando a atuação crescente das ONG´s e dos movimentos sociais. “O tipo de solidariedade de caráter religioso, que está em nossa raiz, também tem seu lado complexo porque é uma solidariedade de proximidade entre os desiguais. A mesma solidariedade que aproxima também diferencia o próximo do outro. Ela não é universalista e se afirma em oposição ao vizinho”, afirmou. Segundo Fernandes, esta oposição faz parte da cultura do país, sendo muito difícil a superação de conflitos pois ainda é necessário envolver a sociedade por inteiro no movimento cidadão.
Já Lúcia Oliveira Cabral, presidente da ONG Educap, debateu a importância da mediação comunitária de conflitos. “Durante os anos em que vivi no Complexo do Alemão, observei que somos forçados a mediar a própria vida através do desafio de sobreviver à violência do Estado e do poder paralelo. E o meu trabalho de mediação foi desenvolvido através de um empoderamento que nos torna visíveis fora dos muros da favela, trazendo nossos direitos para as comunidades”, ressaltou, completando que mediar, nestes territórios de conflito, é compreender e saber lidar com a diversidade.
Oficinas
Até sexta-feira, o Fórum terá nove oficinas com temas diversos, durante as quais os magistrados aprovarão proposições que serão debatidas no último dia do evento, em três grupos de trabalho. As propostas serão, então, submetidas à plenária, que aprovará documento a ser entregue à Escola Judicial (EJ1) para elaboração do relatório final.