Em um contexto de grande desemprego entre os jovens – mais de 50% dos brasileiros sem emprego tinham entre 15 e 29 anos, em 2020 –, uma pesquisa feita pela Fundação Roberto Marinho mostrou a eficiência da aprendizagem profissional para a inserção no mercado de trabalho. De acordo com os dados, 68% dos egressos do Programa Aprendiz Legal, ação desenvolvida pela fundação em todo o país, conseguiram trabalho formal após o período como aprendizes. A análise, feita em parceria com o CIEE (SP, RJ e RS) e a Gerar, coletou informações de 208 mil jovens.
Confirmando o propósito de continuidade da escolarização dos jovens, o estudo mostra que, entre os egressos do Aprendiz Legal que estavam no mercado formal, 85% completaram pelo menos o Ensino Médio. Dos egressos de 2014 a 2015, 75% concluíram o Ensino Médio e 10%, o Ensino Superior. Cerca de 60% tiveram mobilidade educacional.
A pesquisa também mostrou que a medida reduz a desvantagem proporcionada pela falta de experiência prévia no mercado de trabalho, e contribui para a diversidade das companhias, já que amplia as oportunidades de jovens com deficiências. Segundo as informações analisadas, a taxa de probabilidade de inserção dos egressos do Programa Aprendiz Legal com deficiência é de 85%.
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A aprendizagem profissional é prevista na legislação brasileira, pela Lei 10.097/2000. De acordo com a norma, as empresas de médio e grande portes devem destinar parte de seu quadro de empregados para a contratação de cidadãos entre 14 e 24 anos, na condição de aprendizes. O objetivo é promover a qualificação profissional dos jovens, aliada à permanência nas escolas.
No entanto, a análise expõe um grave subaproveitamento do potencial da aprendizagem no Brasil. Em 2021, apesar de a cota mínima ser de 916 mil aprendizes, havia apenas 460 mil jovens exercendo a função. Em sua carga máxima, a aprendizagem pode gerar cerca de três milhões de cargos no país.
O documento foi oficialmente lançado nesta quinta-feira (25), na sede do Ministério Público do Trabalho, em Brasília, com a presença da vice-presidente da Anamatra, Luciana Conforti; do procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos; da vice-procuradora-geral do Trabalho, Maria Aparecida Gugel; da coordenadora da Coordinfância (Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente), Ana Maria Villa Real Ferreira Ramos; entre outras autoridades. Também participaram do evento o coordenador de Desenvolvimento Institucional da Fundação Roberto Marinho, Marcelo Bentes, e a gerente do Núcleo de Pesquisa e Avaliação da entidade, Rosalina Soares.
Clique aqui para ver os resultados da pesquisa na íntegra.
*Foto: Aprendiz Legal/Fundação Roberto Marinho