As juízas do Trabalho Bárbara Ferrito, diretora de Cidadania e Direitos Humanos da AMATRA1, e Adriana Melonio participam da obra coletiva “Mulheres na Justiça do Trabalho: 80 anos em perspectiva”, que reúne 23 artigos escritos exclusivamente por mulheres sobre gênero e raça no Poder Judiciário brasileiro e foi lançado na terça-feira (18), na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.
Para Bárbara Ferrito, o livro “consagra a atuação feminina no Judiciário Trabalhista, mostrando como essa ação é coletiva e construída ao longo dos anos, apesar dos obstáculos e das invisibilidades.” Segundo ela, “a relevância da obra está no nome e conteúdo de suas autoras, mas também por retirar da invisibilidade histórias e perspectivas apagadas por uma instituição ainda muito masculinizada É um prazo sólido rumo à equidade de gênero”.
No capítulo “Gênero, Raça e Judiciário”, Bárbara discute sobre a pluralidade na Justiça. “Abordo o tema já enfrentado no Conamat/2022, falando de interseccionalidade e a importância de um Judiciário mais plural e diverso para a democracia brasileira”, disse.
Adriana Melonio escreveu o artigo “O Poder Judiciário Brasileiro: Um Recorte de Gênero e Raça”. Para a juíza, “foi uma honra participar de uma obra tão essencial e muito feliz por estar ladeada por mulheres tão valorosas.”
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Adriana analisou os obstáculos para as mulheres na carreira da magistratura. “Escrito em parceria com a servidora Milena Martins de Oliveira, do TRT da 1ª Região, o artigo buscou traçar um panorama da estrutura do Poder Judiciário, a partir da análise de dados estatísticos produzidos pelo CNJ no que concerne à participação feminina”, explicou. “Analisamos os obstáculos para a dedicação profissional devido à condição de gênero, bem como avaliamos as dificuldades de ascensão na carreira e a presença de magistradas em Tribunais Superiores, órgãos colegiados e em cargos de gestão. Partindo-se da análise das questões afetas às magistradas e servidoras, buscamos avaliar os efeitos da intersecção entre gênero e raça”, disse.
O livro é fruto de estudos sobre gênero nos Tribunais Regionais do Trabalho e foi idealizado pelo Observatório Excelências Femininas, de iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O grupo, instituído neste ano, tem o propósito de inserir um olhar institucional sobre a participação feminina na Justiça do Trabalho e propiciar reflexões sobre o reconhecimento profissional das magistradas. Além de expor ações concretas em prol da equidade de gênero dentro do Poder Judiciário.