A Polícia Federal (PF) prendeu neste Carnaval o empresário Hugo Alves Pimenta, um dos condenados pela chacina de Unaí. A matança comoveu o país em 2004. Três auditores fiscais do Trabalho e um motorista foram assassinados quando investigavam denúncias de trabalho escravo no município de Unaí, na região noroeste de Minas Gerais.
A prisão ocorreu na madrugada desta terça-feira (13) em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. Havia um mandado de prisão expedido contra Alves Pimenta, que portava um passaporte falso.
O empresário havia sido condenado inicialmente a 96 anos de prisão. Após acordo de delação premiada, a pena foi reduzida para 47 anos e, posteriormente, para 27 anos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A chacina ocorreu em 28 de janeiro de 2004. As vítimas foram os auditores Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira.
Os mandantes do crime, os irmãos Antério e Norberto Mânica, já foram condenados. Antério está preso; Norberto, foragido.
A defesa informou que pedirá à Justiça a libertação de Alves Pimenta, sob o argumento de que a execução provisória da pena, decidida pelo STJ em 2023, é uma exceção. Ele estava foragido desde a decisão.
A chacina de Unaí é um marco no enfrentamento ao trabalho escravo no Brasil. O episódio levou o Ministério do Trabalho a instituir 28 de janeiro como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo e o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho.
Com informações de O Globo – Foto: José Cruz/Agência Brasil.
Leia mais: Sociedade civil cria data em defesa da Justiça do Trabalho
Associações de juízes contestam pesquisa do Tesouro Nacional