Em operação determinada pela Justiça do Trabalho, uma mulher de 59 anos que trabalhava em condições análogas à escravidão foi resgatada no Rio. O TRT-1 (Tribunal Regional do Trabalho) condenou a família empregadora a indenizar a vítima em R$ 763.508,60.
A desembargadora do Trabalho aposentada Rosilda Lacerda aponta setores como o serviço doméstico, o agronegócio, a moda e a construção civil como particularmente propensos à ocorrência de trabalho análogo ao escravo.
“Esta é, talvez a mais perversa herança dos séculos de escravidão que mancham nossa história. Muitas outras situações idênticas podem ser encontradas e justificam um olhar mais atento sobre estas que são, certamente, uma das principais fontes da terrível desigualdade que caracteriza o Brasil”, disse ela.
A mulher trabalhava como empregada doméstica sem receber salário, sem direito a folgas e continuamente à disposição da família. Há oito anos, ela foi trazida pelos patrões de Pernambuco para o Rio. Já trabalhava para a família havia 13 anos.
Segundo o auditor fiscal do Trabalho Diego Folly, que coordenou a operação no último dia 2, a vítima não tinha contato social além das relações com os patrões.
O resgate foi realizado por equipe formada por representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e da Polícia Federal.
A trabalhadora já recebeu a primeira parcela do seguro-desemprego. Os pagamentos da indenização começaram a ser feitos de forma parcelada esta semana.
Com informações da Agência Gov – Foto de capa: Vítima de tabalho análogo à escravidão aprecia paisagem no Rio/MTE.
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