Iniciativa do TRT-1 leva plateia a vendar os olhos em sessão de filme

A sessão especial de “Cinema para todos” exibiu o filme “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, nesta terça-feira (17). A iniciativa foi da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do TRT-1 (Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região), para debater as vivências das pessoas com deficiência e os desafios que enfrentam na sociedade.

Na sessão, houve uma experiência sensorial inovadora, com a plateia de olhos vendados, dependendo exclusivamente da audiodescrição para acompanhar o filme.

A desembargadora Alba Valéria Valéria Guedes Fernandes da Silva, associada da AMATRA1 e coordenadora da Comissão de Acessibilidade, disse que a proposta foi sensibilizar o público sobre a necessidade de promover ambientes acessíveis e inclusivos. 

“Em um grupo pequeno, divulgamos aquilo que é tão importante, que não se pode pensar só em si mesmo. Devemos acolher e integrar a pessoa com deficiência à sociedade. Fico com a sensação de dever cumprido”, afirmou. 

Sessão de olhos vendados 

A desembargadora relatou que a experiência de assistir ao filme de olhos vendados foi única, comparando-a à sensação de ler um livro, onde a imaginação cria cenários e personagens.

“Fiz questão de não ter visto o filme anteriormente para, justamente, poder perceber todas as sensações. Pude ver o quanto é difícil a pessoa ser cega. É necessário que a sociedade perceba que todos temos o compromisso de integrar”, concluiu. 

A sessão foi seguida de debate no qual os participantes, ainda vendados, compartilharam suas impressões sobre a experiência. A iniciativa foi sugerida pela servidora Maria Villela, membro da Comissão. Ela destacou a importância de mostrar que, mesmo sem enxergar, é possível participar de discussões e atividades cotidianas. 

“Vivemos em um país que ainda tem aquela ideia de que pessoas com deficiência são inferiores. Precisamos falar sobre isso, porque tudo que não conhecemos, imaginamos, normalmente, de maneira errada. Então, precisamos falar para que as pessoas conheçam”, disse. 

Debate após o filme

A servidora ressaltou que o ser humano é capaz de se adaptar a diversas situações e que eventos como este ajudam a desmistificar a deficiência.

O debate também abordou temas como afetos da comunidade LGBTQIAP+, interseccionalidade,  capacitismo — a discriminação contra pessoas com deficiência — e a necessidade de expandir o acesso à audiodescrição para mais espaços culturais. 

Foto de capa: público presente ao final da sessão.

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