O TRT-1 (Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região) organizou o encontro “60+ Arte que se faz”, para celebrar a produção artística e literária dos desembargadores e juízes com mais de 60 anos de idade. Houve sessão de autógrafos de livros e exposição de trabalhos visuais produzidos por magistrados reunidos nesta terça-feira (5) no Centro Cultural do Tribunal.
A iniciativa valoriza a inclusão etária no ambiente de trabalho e promove um espaço em que os magistrados podem apresentar suas produções culturais. Gustavo Tadeu Alkmim e Rosana Salim Villela Travesedo autografaram os livros “O futuro te espera” e “Mundos diversos”, respectivamente. Claudia Regina Vianna Marques Barrozo expôs peças de patchwork. Os três desembargadores são associados da AMATRA1.
A desembargadora Alba Valéria, suplente do Subcomitê de Responsabilidade Socioambiental do TRT-1, conta que a desembargadora Dalva de Oliveira foi a idealizadora. Segundo Alba Valéria, a proposta reforça que a capacidade não está vinculada à idade, pois “todas as pessoas podem fazer todas as coisas, se quiserem, se tiverem vontade e estímulo”.
Para a desembargadora, a exposição reflete o papel social do Tribunal, ao promover a inclusão de todas as pessoas, seja pela idade, gênero ou outras questões.
“Abracei a ideia e saí de lá motivada, muito mais estimulada a envelhecer bem, porque sei que não vou ficar no ostracismo, que posso ser muito mais”, afirmou Alba.
Desembargadoras Dalva de Oliveira e Alba Valéria Guedes
Dalva de Oliveira disse que a ideia do encontro surgiu de sua busca por motivações para além do trabalho, ao refletir sobre a aposentadoria futura.
“Acho que, depois dos 60, a gente quer algum desafio. Foi isso que me inspirou: o desafio e a superação de alguns traumas”, explicou.
Dalva encontrou nas artes e na literatura formas de se expressar e superar questões pessoais. Ela convidou colegas a participar, integrando quem já tinha obras prontas ou interesse em mostrar seu trabalho artístico.
A abertura teve a apresentação de dança da servidora Lorena Moroni, da Coordenadoria de Sistemas Judiciários em 1º Grau – CJUD-1, que se identificou com o tema da exposição. Ela se apresentou com o professor Ulisses Pereira, da escola de dança Jaime Arôxa.
A mostra, que também traz obras das artistas plásticas Marilene Loja Tapias e Maria Helena Messeder, estará aberta à visitação no Centro Cultural do TRT-1 até 6 de dezembro, das 10h às 16h. O acervo busca provocar reflexões sobre a experiência, o envelhecimento e o papel da arte como ferramenta de expressão e cura.
Gustavo Tadeu e a relação com a literatura
O desembargador Gustavo Tadeu compartilhou sua trajetória na literatura e revelou que, após anos guardando escritos e com uma formação acadêmica em letras, decidiu publicar suas obras, que exploram o cotidiano.
Desembargadores Gustavo Tadeu e Jorge Orlando
“Sempre flertei com a literatura, sempre tive escritos de gaveta. Senti a necessidade de escrever as questões do cotidiano e supostas banalidades que estão no nosso dia a dia e que rendem histórias”, disse ele, que reforçou a importância de iniciativas que incentivem servidores e magistrados, especialmente os acima de 60 anos, a se expressarem artisticamente.
Rosana Salim e a poesia como forma de renovação
“Escrevo desde os 15 anos. Meu livro é um passeio pelos mundos diversos que habito, que os poetas, em geral, com suas almas habitam. Estou sentindo uma grande alegria e muito prazer em poder compartilhar minha obra”, afirmou Rosana Salim.
Rosana Salim autografa seu livro para Mônica Alexandre
A desembargadora celebrou a oportunidade de divulgar a reedição de seu livro. Para ela, a poesia traz uma renovação de ideias necessária em um ambiente marcado pelas leis, o que contribui para um Tribunal mais humanizado.
Claudia Barrozo e o amor pela música clássica
Claudia Barrozo no seu gabinete
A desembargadora Claudia Barrozo compartilhou sua paixão por música clássica, que a acompanha desde a infância e a inspirou a criar quadros em homenagem a grandes compositores, como Chopin, Beethoven e Mozart. A artesã se dedica a diferentes expressões artísticas.
“Minha relação com a arte começou com o piano, com o meu amor à música. Dali, fui desenvolvendo outras ramificações de arte, de artesanato. Faço patchwork, que é a costura de pedaços de tecidos formando mantas, colchas e lençois. Faço também artesanato com material reciclado, latas, latas de leite ninho”, disse.
Foto de capa: servidora Lorena Moroni dança com o professor Ulisses Pereira.
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