O TRT-1 (Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região) e a Prefeitura do Rio de Janeiro abriram um novo espaço para acolhimento de crianças cujos responsáveis trabalham como ambulantes no carnaval da cidade. Na Rua República do Líbano, o espaço funcionará das 7h às 13h e atenderá famílias que vão trabalhar durante os megablocos do Centro.
A iniciativa amplia a rede de apoio já existente, durante os desfiles oficiais, que inclui um ponto de acolhimento próximo ao Sambódromo e uma unidade na Escola Municipal Raquel de Queiroz, na Cidade Nova. O objetivo é reduzir os riscos de exposição infantil durante o período festivo, quando aumenta o número de trabalhadores informais nas ruas.
Durante as discussões para implantar a estrutura, ao longo de 2024, o desembargador do TRT-1, José Luís Campos Xavier, destacou a necessidade de planejamento antecipado para garantir proteção aos menores. Segundo ele, o poder público precisava atuar de forma coordenada para viabilizar a medida.
Dados da organização responsável pelo carnaval de rua indicam que 56 mil pessoas se inscreveram para trabalhar como ambulantes em 2025, mas apenas 15 mil têm autorização para trabalhar. Do total, mais de 56% são mulheres. Muitas delas são mães solo e relatam dificuldades para encontrar um local seguro para deixar os filhos durante a jornada.
O novo espaço atenderá não apenas vendedores cadastrados, mas também aqueles que trabalham sem autorização formal. O Ministério Público do Trabalho (MPT) alertou que as notificações de casos de trabalho infantil costumam aumentar 38% no carnaval, o que reforçou a necessidade da iniciativa.
O acolhimento busca evitar que crianças acompanhem os responsáveis nas vendas ou fiquem sem assistência. Trabalhadoras ambulantes destacaram que a medida oferece mais segurança para exercerem suas atividades, permitindo que os filhos permaneçam em um ambiente protegido enquanto elas atuam nos circuitos carnavalescos.
Com informações do portal G1 – Foto de capa: Fernando Frazão/Agência Brasil.
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