O TRT-1 (Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região) promoveu, na quarta-feira (12), o evento “Ainda Estou Aqui e a História do Cinema Nacional”, no Centro Cultural do Tribunal. Aberto ao público, o encontro teve a presença dos críticos Andrea Ormond e Ricardo Cota, que debateram sobre o filme brasileiro premiado no Oscar.
A presidenta do TRT1, Daniela Muller, destacou a importância da “arte como caminho para garantia do direito à memória”, além de seu papel de provocar discussões fundamentais para a sociedade.
Durante o debate, Andrea Ormond traçou um panorama do cinema brasileiro desde a criação da Cinédia, primeiro estúdio cinematográfico do país, na década de 1930. Já Ricardo Cota abordou a trajetória da atriz Fernanda Torres, protagonista do longa-metragem premiado, e comparou a obra cinematográfica ao livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva que a inspirou, pontuando semelhanças e diferenças entre as narrativas. O debate foi mediado pelo desembargador Cláudio José Montesso, associado da AMATRA1.
Para o desembargador, existe uma estreita conexão entre o Direito e o cinema. Ele enfatizou a importância da análise crítica dessas obras e defendeu o incentivo ao cinema nacional como forma de refletir a diversidade do Brasil.
“O brasileiro precisa começar a se enxergar. Vemos muitos estereótipos de outras culturas e de outros países, mas precisamos olhar para nós mesmos a fim de entender o que é o nosso país. O Brasil é um país multifacetado, com realidades, pessoas e vidas diferentes, com muitas histórias para contar”, afirmou o magistrado.
O evento foi organizado sob a presidência da desembargadora Dalva de Oliveira, responsável pela gestão do Centro Cultural do TRT-1. Sua afinidade com as artes e o compromisso com a promoção de debates culturais no Tribunal inspiraram a iniciativa. No ano anterior, a magistrada idealizou uma ação sobre combate ao etarismo, que resultou em sua escolha unânime para a direção do espaço.
O evento coincidiu com a presença do Brasil na premiação do Oscar, o que contribuiu para reforçar a importância do cinema brasileiro no cenário internacional. Na ocasião, foram sorteados livros autografados pela escritora Andrea Ormond. A crítica cinematográfica elogiou a iniciativa do TRT-1 de estimular o debate, observando que o direito à cultura é garantido pela Constituição.
“Espero que as pessoas voltem a ver filmes brasileiros em larga escala. Finalmente, na longa trajetória do nosso cinema, conseguimos ganhar o Oscar. A cultura é constitucionalmente garantida, e iniciativas como as do TRT-1 dão concretude a esses direitos”, concluiu.
Foto de capa: Cláudio Montesso, Andrea Ormond, Daniela Muller, Dalva de Oliveira e Ricardo Cota.
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