30 de junho de 2020 . 14:45

Desemprego chega a 12,9% e país tem queda recorde de população ocupada

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,9% no trimestre encerrado em maio de 2020, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta terça-feira (30). Já são mais de 12,7 milhões de desempregados. A pesquisa também indica o fechamento de 7,8 milhões de postos de trabalho durante a pandemia da Covid-19, representando queda de 8,3% da população ocupada.

“É uma redução inédita na pesquisa e atinge principalmente os trabalhadores informais. Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais”, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. O número de desalentados, quem desistiu de procurar trabalho, também bateu novo recorde, alcançando 5,4 milhões da população. 

O índice de pessoas ocupadas em idade de trabalhar ficou abaixo da metade (49,5%) pela primeira vez desde o início da Pnad Contínua, em 2012. Houve redução de cinco pontos percentuais frente ao trimestre anterior e ao igual trimestre de 2019, ambos com 54,5%. Hoje, o Brasil tem 85,9 milhões de pessoas ocupadas.

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Queda do número de trabalhadores com e sem carteira assinada

A taxa de informalidade caiu de 40,6% para 37,6% da população ocupada, o que representa 32,3 milhões de trabalhadores informais. O número é o menor da série iniciada em 2016. Os trabalhadores informais são os profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).

O número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado (9,2 milhões) reduziu em 20,8%. O dado representa a saída de 2,4 milhões de pessoas do mercado de trabalho. Já o número de trabalhadores por conta própria caiu 8,4% (2,1 milhões de pessoas).

Segundo a pesquisadora, a atual queda da informalidade “significa que essas pessoas estão perdendo ocupação e não estão se inserindo em outro emprego. Estão ficando fora da força de trabalho”.

Também houve diminuição dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (com exceção dos trabalhadores domésticos). O número reduziu 7,5% em relação ao trimestre anterior, caindo para 31,1 milhões (menos 2,5 milhões de empregados). 

Diminuição da força de trabalho

Foi registrado, ainda, recuo de 18,9% da categoria de trabalhadores domésticos, estimada em 5 milhões de pessoas, com 1,2 milhão de trabalhadores em atividade a menos; e de 8,5% da categoria de empregadores, estimado em 4 milhões de pessoas.

Com isso, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) teve queda de 7% em relação ao trimestre até fevereiro, ou seja, menos 7,4 milhões de pessoas. A estimativa do contingente é de 98,6 milhões.

Clique aqui para ver a pesquisa na íntegra.

*Foto: Agência Alagoas/Minne Santos < VOLTAR