03 de agosto de 2022 . 15:53

Em mutirão, Justiça do Trabalho presta assistência a pessoas em situação de rua

Magistrados e servidores da Justiça do Trabalho participaram, nesta quarta-feira (3), do primeiro dia do Pop Rua Jud, mutirão voluntário que vai prestar assistência aos cidadãos em situação de rua até sexta-feira (5), na Catedral Metropolitana. Na primeira edição no Rio de Janeiro, diversos serviços básicos foram oferecidos, como emissão de documentos, orientações jurídicas, alimentação, consulta odontológica, banho e corte de cabelo e barba. Também foram entregues roupas íntimas recolhidas em pontos de coleta no estado. A vice-presidente do TRT-1, desembargadora Mery Bucker; a 1ª vice-presidente da AMATRA1, Adriana Leandro; e a desembargadora Maria das Graças Paranhos foram voluntárias na iniciativa.

“Precisamos atuar juntos para oferecer mais dignidade às pessoas em situação de rua. O trabalho feito no primeiro dia do Pop Rua Jud foi excelente, de uma grandiosidade inspiradora. Esperamos atender milhares de cidadãos cariocas também nos próximos dias”, afirmou Adriana Leandro.

A desembargadora Mery Bucker destacou que o mutirão é consequência da atuação da comissão permanente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que trata dos direitos do cidadão e editou a Resolução 425 de 2021, exclusiva para o atendimento às pessoas em situação de rua. “As ações e serviços ofertados não vão resolver o problema. Mas a intenção da Resolução é conscientizar essas pessoas de que são cidadãs assim como todas as outras, apesar de serem invisibilizadas na sociedade. E fazer com que saibam que têm os mesmos direitos de qualquer outro cidadão; que podem procurar o Judiciário, entrar nos nossos prédios e serem atendidos, como todos os demais são”, afirmou.

Magistradas do TRT-1 participaram de mutirão como voluntárias, nesta quarta-feira (3)

Leia mais: TRT-1 ordena que empresa de energia indenize trabalhador acidentado
Mais de 330 pessoas são resgatadas do trabalho escravo em julho
Justiça vai promover Semana Nacional de Execução Trabalhista em setembro

Ligada a projetos sociais desde que integrou a Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental do TRT-1, Maria das Graças Paranhos se interessou em ser voluntária no mutirão assim que soube do convite para a participação do Tribunal. Para a magistrada, “a rua não é moradia de ninguém”, e agir em ações que diminuem o impacto do cenário de desamparo é fundamental.

“Mas também é preciso haver continuidade. São três dias de evento, mas a prestação de serviços não pode parar. É necessário ter um grupo para dar prosseguimento ao trabalho executado, principalmente no que compete ao Poder Público. É muito importante dar dignidade a quem nada tem. Devemos ter um olhar de mais cuidado e carinho”, completou.

O Tribunal, em parceria com a AMATRA1, foi convidado para integrar o Pop Rua Jud no Rio pelo TRF2, que já vinha desenvolvendo o mutirão em outras regiões. De acordo com a coordenadora da iniciativa, juíza federal Ana Carolina Vieira de Carvalho, o evento não presta caridade para a população, mas promove cidadania. “O Poder Judiciário tem que ser voltado também para as pessoas vulneráveis. Estamos aqui, todas as esferas do Judiciário, prestando o dever de fazer com que a Justiça chegue a esse público.”

Mutirão entregou doações de roupas às pessoas em situação de rua

Atuação da Justiça do Trabalho no Pop Rua Jud

Cada instituição parceira ocupou um estande no pátio da Catedral Metropolitana, para oferecer os serviços de suas competências. Na tenda destinada à Justiça do Trabalho, os cidadãos puderam fazer a atermação de ações e conferir processos em andamento no Judiciário trabalhista. O corregedor-regional, Jorge Fernando da Fonte, explicou que a ideia é criar um catálogo com as pessoas que necessitam do auxílio da Justiça do Trabalho para que os processos sejam impulsionados. 

“Vamos fazer a seleção dos processos e daremos prosseguimento, por exemplo, fazendo contato com as varas do Trabalho, para que possam dar atendimento especial, já que os cidadãos certamente estão sem assistência de advogados. Nossa intenção é contribuir com essa movimentação judicial, sob a coordenação da desembargadora Mery Bucker e com a ação voluntária do nosso time de magistrados e servidores”, disse.

Corregedor-regional, Jorge da Fonte falou da função da Justiça do Trabalho na iniciativa

Além de “dar atenção e uma palavra amiga” aos homens e às mulheres de diferentes idades presentes no local, Andrea Fonseca, servidora do TRT-1 e diretora do Sisejufe (Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal), foi uma das voluntárias da Justiça do Trabalho a contribuir com a criação de atermação trabalhista e a orientação dos interessados.

“Nossa função tem sido a de fazer a inicial da reclamação trabalhista. O grupo trouxe um modelo, que estamos digitalizando e distribuindo. Vamos orientar a pessoa que já tiver uma ação judicial e quiser saber o andamento, e fazer o que mais estiver ao nosso alcance para melhorar um pouco a condição dos trabalhadores.”

Cidadãos puderam fazer atermação e conferir andamento de processos na tenda da Justiça do Trabalho < VOLTAR