10 de janeiro de 2025 . 14:50

Migrantes internacionais representam quase 5% da força de trabalho global

Os migrantes internacionais constituíram 4,7% da força de trabalho global em 2022, de acordo com dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), divulgados em dezembro. Ao todo, 167,7 milhões de pessoas migrantes estavam inseridas no mercado de trabalho, em sua maioria em países de renda alta e nos setores de serviços e cuidados.

O relatório “Estimativas Globais sobre Trabalhadores Migrantes Internacionais”, publicado pela entidade, aponta que 68,4% dos trabalhadores migrantes estavam empregados em países de renda alta, enquanto 17,4% estavam em países de renda média-alta. Regiões como Europa do Norte, Sul e Oeste, América do Norte e Estados Árabes concentravam a maior parte desses trabalhadores. Desde 2013, o número de migrantes na força de trabalho cresceu aproximadamente 23%, cerca de 136 milhões para 167,7 milhões, com o aumento mais expressivo registrado entre 2013 e 2019.

A inclusão no mercado de trabalho revela desafios importantes. Dos 167,7 milhões de trabalhadores migrantes, 155,6 milhões estavam empregados, e 12,1 milhões desempregados. A taxa de desemprego dos migrantes foi de 7,2%, consideravelmente maior do que a dos não migrantes, 5,2%. Mulheres enfrentaram ainda mais dificuldades, com uma taxa de desemprego de 8,7%, em comparação com 6,2% entre os homens.

As disparidades também foram observadas na distribuição por setor. Cerca de 68,4% dos trabalhadores migrantes estavam no setor de serviços, especialmente nas áreas de trabalho doméstico e cuidados. As mulheres migrantes desempenharam um papel relevante nesse segmento: 28,8% delas estavam empregadas na economia de cuidados, enquanto, entre as mulheres não migrantes, essa proporção foi de 19,2%.

O relatório ressalta que a maior concentração de migrantes em empregos de alta demanda, como os de cuidados, reflete desafios relacionados a barreiras linguísticas, qualificações não reconhecidas e discriminação. Esses fatores restringem oportunidades, sobretudo para as mulheres, e reforçam a necessidade de políticas que ampliem o acesso a trabalho decente e garantam condições justas.

Com informações da OIT - Foto de capa: Rovena Rosa/Agência Brasil.

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