05 de outubro de 2021 . 16:15

O Dia e Rádio Nacional destacam curso da AMATRA1 para jovens do Degase

O projeto de pré-aprendizagem idealizado pela AMATRA1 e implementado para adolescentes e jovens do Degase (Departamento de Ações Socioeducativas) foi destaque no jornal O Dia e na Rádio Nacional. Até dezembro, a iniciativa vai formar 100 estudantes que, após concluírem a curso, vão ocupar as vagas de jovens aprendizes abertas pela Comlurb em razão da atuação das entidades que integram a CIERJA (Comissão Interinstitucional do Estado do Rio de Janeiro para a Aprendizagem). O projeto também tem o apoio do TRT-1 e das instituições que integram o Acordo de Cooperação para Combate ao Trabalho Infantil no Estado do Rio de Janeiro, e é ministrado pelo Instituto Saber.

Na sexta-feira (1º), o juiz André Villela, ex-presidente da AMATRA1, apresentou a iniciativa no programa Tarde Nacional, da Rádio Nacional. Durante a entrevista, que durou cerca de 17 minutos, Villela destacou que a ação visa habilitar os adolescentes que estão em cumprimento de medida socioeducativa para o mercado de trabalho formal.

André Villela falou sobre o projeto de pré-aprendizagem, em entrevista à Rádio Nacional

“Identificamos que a educação formal de boa parte dos jovens que estão no Degase é precária e há também problemas de comportamento e postura. Então, elaboramos o curso preparatório para abordar aspectos de comportamento, educação e noções de ética e cidadania para preparar os jovens para o nível seguinte, que é o curso regular de aprendizagem dentro das vagas oferecidas pela Comlurb”, explicou.

Devido ao perfil dos jovens candidatos às vagas, foi preciso fazer uma adequação das exigências curriculares para que fossem aceitos estudantes do ensino fundamental, destacou o magistrado. “Se formos pelo ideal da previsão da lei, que pede o curso do Ensino Médio, não vamos conseguir tirar esses jovens que precisam de acompanhamento e atenção das situações de vulnerabilidade.”

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Além do primeiro grupo, com 28 jovens, que finalizou o curso em 17 de setembro, e do segundo, iniciado em 1º de outubro, outras duas turmas vão ter aulas em novembro e dezembro. As unidades socioeducativas do Degase PACGC (Professor Antonio Carlos Gomes da Costa) e CECEL (Coordenação de Educação Cultura Esporte e Lazer) foram escolhidas para aderir ao projeto. Nas dependências da instituição, são disponibilizados todos os materiais necessários para os alunos, como computadores e fones de ouvido.

Villela lembrou ser preciso romper o ciclo de vulnerabilidade e conscientizar que esse é um problema de todos. “O investidor estrangeiro quer aplicar dinheiro no país se tivermos responsabilidade social, e isso começa quando entendemos que o filho do outro deve ter os mesmos direitos que os nossos. Para isso, precisamos colocá-lo em igualdade de condições. As histórias de meritocracia podem ser muito bonitas, mas não são válidas. Precisamos de políticas públicas e de atuação de toda a sociedade”, disse.

“Ainda temos muitos preconceitos sociais e a empatia é algo que a sociedade ainda precisa aprender a trabalhar e a construir. O que esses jovens mais precisam é de empatia. Nossa sociedade não pode se transformar em uma sociedade grosseira e punitiva. Precisamos estar unidos, pensando no coletivo e ajudando a construir”, completou o juiz.

Aulas de ‘Ética’, ‘Diversidade’ e ‘Mundo Corporativo’ fazem parte da formação

Na reportagem publicada no portal on-line do jornal O Dia, na quinta-feira (30), a 2ª vice-presidente da AMATRA1 e coordenadora do Acordo de Cooperação, juíza Adriana Leandro, indicou que o curso, ao levar a pré-aprendizagem aos jovens em cumprimento de medida socioeducativa, permite não só uma maior chance de inserção no mercado de trabalho, mas também promove “um instrumento de reforço da importância como seres humanos com direitos, prioridade absoluta e proteção integral”. “Esses princípios são constitucionalmente assegurados a todos”, pontuou.

A matéria mostrou detalhes da capacitação, indicando que o curso tem 17 horas de duração, garante certificado de qualificação aos estudantes e é dividido em dois módulos: “Aprender a ser” e “Aprender a fazer”. No primeiro, há um encontro de integração e as aulas de “Ética e Cidadania” e “Diversidade e seus aspectos”. No módulo seguinte, os alunos aprendem sobre os temas “Mundo Corporativo”, “Plano de Carreira”, “Empreendedorismo” e “Comunicação nas Redes Sociais”.

Reportagem de O Dia destacou a formação dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa

“Os participantes estão muito empolgados e demonstram interesse em entrar para o mercado de trabalho, em ter a carteira de trabalho assinada. Percebemos que querem realmente mudar a trajetória de suas vidas através do trabalho”, afirmou Amora Rodrigues, coordenadora educacional do Instituto Saber. 

A diretora de profissionalização do Degase, Bianca Veloso, indicou que o interesse da entidade em participar do projeto tem como base o objetivo de ofertar possibilidades de educação e capacitação profissional. “O programa de aprendizagem é uma oportunidade ímpar na vida dos nossos jovens.”

Ouça a íntegra da entrevista do juiz André Villela na Rádio Nacional:

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