Debate na Amatra1 fala sobre uberização do trabalho

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Por ocasião do Dia do Trabalho, a Amatra1 promoveu um debate sobre novas plataformas de trabalho, nesta quinta-feira (27/04), em sua sede. O objetivo do encontro foi discutir os desafios dos institutos tradicionais do Direito do Trabalho diante do novo modelo capitalista de organização produtiva.

O Procurador do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro, Rodrigo Carelli, abriu o evento com uma palestra sobre uberização das relações do trabalho. Carelli iniciou sua exposição traçando um panorama histórico das técnicas de apropriação do trabalho alheio, passando pela Idade Média até os dias de hoje.

De acordo com o procurador, a tecnologia tem um papel chave nas novas formas de produção do capitalismo que ele chama de “vetorial”, distribuindo tarefas de forma muito mais eficiente. “O trabalho torna-se, cada vez mais, uberizado. Transfere-se a produção para uma multidão realizar. Os trabalhadores estão hoje dispersos e privados sobre qualquer informação acerca da natureza daquilo que estão produzindo. Não se pensa mais em uma relação de trabalho continuada e sim em uma série de jobs ou “tasks” (tarefas) que são feitos aleatoriamente, como a Uber, por exemplo.

Ao pensar a práxis de tais trabalhadores, os elementos que atualmente compõem o conceito de subordinação jurídica - categoria central do direito do trabalho - tornam-se insuficientes, uma vez que as formas de organização produtiva, mediante o uso de novas tecnologias, criam outras roupagens para o trabalho subordinado.

Para Carelli, discutir a uberização no atual momento de crise, mostra o real posicionamento do mundo do trabalho e da produção.