Nesta quinta-feira (24), aconteceu a cerimônia de entrega da 7ª edição do Prêmio Anamatra de Direitos Humanos. A premiação aconteceu no Museu de Arte do Rio (MAR), no Centro do Rio e contou com o apoio da Amatra1.
Foram distribuídos R$ 60 mil em prêmios para os vencedores nas categorias Cidadã, Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC) e Imprensa (subcategorias impresso, rádio, TV e fotografia). Além da premiação em dinheiro, os vencedores receberam a estatueta inspirada no "Cilindro de Ciro". Também foram escolhidos três trabalhos contemplados com placa de menção honrosa.
Ao abrir a solenidade, o presidente da Anamatra, Germano Siqueira, ressaltou que as realidades do trabalho e dos direitos humanos se harmonizam. “O que nós vimos em muitos trabalhos recebidos para a premiação, no entanto, foi a expressão da antítese entre a realidade do trabalho degradante e os direitos humanos”, disse. Nesse sentido, o presidente manifestou preocupação com as propostas legislativas que precarizam direitos trabalhistas e sociais. “Vemos um Congresso que tem compromisso com o desmonte do Direito do Trabalho, querendo-o tornar um direito irrelevante, para produzir talvez uma sociedade radicalmente injusta, a caminho da barbárie”. “Queremos com o Prêmio e com a atuação no Congresso em nossas pautas deixar a nossa contribuição para o mundo melhor”.
A presidente da Amatra1, Cléa Couto, entregou o prêmio à Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros pelo trabalho “Eugênia, a Engenheira”. O trabalho, que venceu na categoria Cidadã, usa a histórias em quadrinhos para debater direitos e deveres dos trabalhadores.
A presidente da Amatra1 entrega o prêmio da categoria Cidadã
Na categoria Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC), venceu o projeto “Graffiti na Escola”, do professor de arte Rodrigo Neris, da Escola Pierre Bonhomme em Campinas (SP). A iniciativa do professor trabalhou, por meio do grafite, o conteúdo da Cartilha do Trabalhador em Quadrinhos.
Na categoria Imprensa, subcategoria Impresso, venceu o jornalista Thiago Tanji, da Revista Galileu, com a reportagem "Escravos da Moda" sobre a realidade do trabalho degradante escondida por detrás dessa indústria.
A categoria Imprensa, subcategoria Televisão, premiou a equipe do Repórter Record Investigação com a reportagem “Eternas Escravas”, que denunciou um escândalo de escravidão de crianças negras e pobres no quilombo Kalunga, próximo à Brasília.
A reportagem do jornalista Hebert Lenin, da CBN Paraíba, com o tema "Marcada para lutar", foi a vencedora na categoria Imprensa, subcategoria Rádio. A matéria retratou o surgimento das ligas camponesas na região Nordeste na década de 60, durante turbulências políticas e sociais.
Já a fotografia premiada foi de autoria de Sérgio Ricardo Oliveira e ilustrou capa da reportagem especial do jornal Amazonas em Tempo sobre a vida de homens e mulheres que trabalham com o extrativismo de fibras de piaçava no norte do estado do Amazonas, reféns do isolamento, das condições degradantes de trabalho e até mesmo do trabalho forçado.
Receberam menções honrosas a reportagem “A rota da castanha: exploração sem limite”, do Câmera Record (categoria Imprensa/Subcategoria TV); a série “À margem”, da jornalista Mislene Santos, do Jornal Correio da Paraíba (Imprensa/Subcategoria Rádio); e o programa Acadêmico Padrinho-Cidadão, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Cidadã).
Sobre o Prêmio
O Prêmio Anamatra de Direitos Humanos busca valorizar as ações e atividades desenvolvidas no Brasil, realizadas por pessoas físicas e jurídicas que estejam comprometidas com a defesa dos direitos humanos no mundo do trabalho.
** Com informações e fotos da Anamatra