Para falar sobre o valor do desenvolvimento de umPlanejamento Estratégico e do constante aperfeiçoamento dos magistrados, oministro do TST e diretor da Enamat, Aloysio Corrêa da Veiga, foi o palestranteconvidado, no segundo dia do Fórum de Gestão Judiciária. De acordo com ele, aherança que o século XX deixou para o Judiciário mudou os paradigmas e,consequentemente, trouxe novas funções para a magistratura.
“Temos um histórico de morosidade, fruto das mudanças ocorridasno Século passado. O resultado foi um acumulo de processos e um PoderJudiciário despreparado para receber esse contingente de ações. Diante dessasituação, é preciso buscar soluções, pois não se pode conviver com resíduocrescente. Daí a importância do Planejamento Estratégico”, destacou o ministro.
Apontando o papel de juiz gestor como o grande desafio damagistratura, Aloysio alertou que é preciso aceitar as mudanças e nãorejeitá-las. “É preciso eficiência, ou seja, fazer rápido e bem feito. Hoje, omagistrado é o gerente da sua atividade e precisa avaliar seu desempenho nogerenciamento da Vara ou Gabinete, além de analisar os meios para melhoria dagestão”, disse ele, acrescentando que o gerenciamento envolve processos,pessoas e mídia.
O ministro explicou que o gerenciamento de atividades deveser organizado de acordo com o volume recebido de processos e ressaltou que afalta de estrutura não pode ser um elemento que justifique a falta deadministração. “É preciso planejar de acordo com a estrutura disponível. Adificuldade é grande, mas é responsabilidade do juiz ser proativo e buscarexcelência com os recursos disponíveis, mas reivindicando, sim, melhoriasestruturais”, salientou.
Escolas Judiciais ajudam na carreira
Com base neste novo perfil de magistrado, o diretor daEnamat destacou a importância da atuação das Escolas Judiciais. Segundo ele, aformação continuada e o aperfeiçoamento dos juízes são o carro-chefe destasinstituições, que representam um módulo de formação complementar.
“Ser juiz, hoje, é diferente. É uma carreira que necessitagerenciamento, e as 24 Escolas espalhadas pelo Brasil têm contribuído paraisso. Não basta ter apenas excelência técnica, é preciso aprender a ser ojuiz-aluno, que se aperfeiçoa sempre, que busca ser o profissional completo”, destacouo ministro.
Concluindo, Aloysio da Veiga disse que “aprender a serjuiz é aprender a exercer uma função institucional que não se encerra naprestação judicial. É uma função mais ampla e mais complexa. Não se pode estagnar.É preciso se atualizar, para melhor atuação. Os magistrados têm que estaratentos para a qualidade, para a gestão judicial. Só desta forma estaremos maispróximos da excelência”.