Painel: O papel da sociedade civil no enfrentamento à exploração sexual de crianças

A mobilização social é a principal estratégia da sociedade civil para o enfrentamento das violências contra as crianças. Essa foi a afirmação que norteou o segundo painel do seminário “Trabalho Precoce e Direitos Humanos”, com as debatedoras Tiana Maria Sento-Sé, representante do Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, e Isa Maria de Oliveira, secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e proteção ao Trabalhador Adolescente.

 

Ainda que haja avanços importantes em relação à atuação do Poder Executivo, nas causas relacionadas à exploração sexual, a sociedade ainda busca seu papel e formas de atuar, de monitorar e de fazer o controle social, conforme destacou Tiana. Ainda assim, ela diz que muitas ações instauradas viraram políticas públicas que geraram programas sociais implantados pelo Brasil.

 

“É preciso que se busquem estratégias mais qualificadas, pois os desafios são muitos. Precisamos saber lidar com as divergências e construir a partir disso, aprimorar a comunicação entre o público externo e os agentes envolvidos no enfrentamento, superar o ativismo e nunca perder o foco na defesa das crianças”, esclareceu Tiana.

 

No âmbito da qualificação, Isa de Oliveira acrescentou que a sociedade precisa participar de espaços democráticos e contribuir na elaboração de diagnósticos, na formulação das políticas públicas, nos planos e programas. Associado a isso, é fundamental que se coloque como fonte de informação para a mídia e busque a inserção nas redes sociais, para ter a competência de pautar os temas, informar dados e fazer denúncias. 

 

“Infelizmente, o movimento social vem perdendo força política e autonomia. Há tolerância às respostas insatisfatórias do Estado às graves violações aos direitos das crianças e dos adolescentes. Precisamos retomar essa atuação, rompendo com a estagnação e propondo ao Governo projetos políticos para a infância. Precisamos mostrar aos exploradores de crianças que o movimento social é forte nesta defesa”, alertou Isa.