O primeiro painel do 3º Encontro Nacional dos Magistrados do Trabalho Aposentados, intitulado “Expectativas e Realidades Anteriores e Posteriores à Aposentadoria”, reuniu palestrantes da 10º Região, com mediação do desembargador Gustavo Tadeu Alkmim, da 1ª Região, na manhã do dia 03. Em foco, as maneiras de se chegar à aposentadoria com serenidade e qualidade de vida.
Antes de abrir espaço para os painelistas, Alkmim ressaltou a importância de se preparar para a aposentadoria, não só psicologicamente, mas também de modo a não se excluir do movimento associativo. “Quando a Anamatra promove um evento dessa natureza, na verdade está promovendo um momento político e daí a importância da presença dos senhores”, disse ele, acrescentando que a aposentadoria deve ser encarada como um bônus e não como uma punição.
Relatando sua experiência de nove anos de aposentadoria, Fernando Damasceno, desembargador do trabalho da 10ª Região, disse que não imaginava que iria se aposentar antes dos 70 anos, diante da paixão que tinha pela magistratura, mas, ao perceber que tinha cumprido sua missão, afastou-se da atividade jurisdicional.
“Quando deixei de sentir calafrios, medo e de ficar trêmulo nas audiências, percebi que estava cansado e que estava na hora de me aposentar. Hoje, depois de aposentado, tornei-me meu próprio amigo, não me censuro, me permito fazer extravagâncias. Não podemos renunciar à vida. É preciso saborear as novas emoções”, destacou Damasceno.
Recém-aposentado, José Antonio Pancotti, também da 10a. Região, disse que manteve seu ritmo de vida até às vésperas da aposentadoria. “Mantive-me em pleno voo, o que provou para mim mesmo que estava ativo. Foi gratificante adotar essa postura. O maior impacto foi voltar a viver mais tempo em casa, não no sentido ruim, mas é uma nova forma de conviver com a família. É, sim, um momento de adaptação”, concluiu, ressaltando que “é preciso ter criatividade para que não se morra psicologicamente”.
Fechando o painel, a presidente do TRT da 10ª Região, Elaine Vasconcelos, fez uma apresentação do “Programa Saber Viver – Preparação para a Aposentadoria”, desenvolvido no Tribunal. O programa é inspirado na busca por uma vida plena, baseado na citação da Cora Coralina que diz: “recria tua vida sempre, sempre. Remove pedras e plantas roseiras e faz doces, recomeça”.
O programa objetiva proporcionar a magistrados e servidores, em qualquer fase da vida profissional, um espaço de reflexão, conscientização, compartilhamento, vivências e planejamento de vida. “É um momento efetivo de se preparar para a aposentadoria. A aposentadoria é sentida como uma perda do próprio significado da vida e de um ponto de referência na organização, mas a proposta do programa é mostrar como saber viver”, concluiu.