Notícias

‘Inclusão é dever social’, afirma Alba Valéria na 7ª Feira de Empregabilidade

‘Inclusão é dever social’, afirma Alba Valéria na 7ª Feira de Empregabilidade
7ª Feira de Empregabilidade/Divisão de Comunicação Social do TRT-1

 Evento reuniu empresas e candidatos com deficiência ou reabilitados do INSS em ação para ampliar o acesso ao trabalho

Com foco em abrir portas e fortalecer a inclusão profissional, a 7ª Feira de Empregabilidade movimentou o Prédio Darcy Vargas, no Centro do Rio, nesta terça-feira (7). O evento reuniu empresas comprometidas com a diversidade e candidatos com deficiência ou reabilitados do INSS, promovendo um diálogo direto entre quem busca e quem oferece oportunidades de trabalho.

A iniciativa é uma realização da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do TRT-R1, em parceria com o Instituto Rede Incluir, o MPT-RJ e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, e reforça o compromisso das instituições com um mercado de trabalho mais acessível e inclusivo.

Para a coordenadora da comissão, desembargadora Alba Valéria Guedes, associada da AMATRA1, o evento reafirma um compromisso institucional e social: “Incluir é um dever, e as empresas precisam incorporar a acessibilidade e a inclusão como um papel social, não apenas como cumprimento de cotas”, destacou.

A desembargadora agradeceu o apoio da AMATRA1, que contribuiu para a divulgação da feira e garantiu a presença de três intérpretes de Libras durante o evento. Para ela, esse tipo de parceria amplia o alcance da iniciativa, parte do compromisso do Judiciário trabalhista com a inclusão.

Alba Valéria afirmou que o evento evoluiu significativamente desde sua primeira edição, tornando-se mais efetivo na aproximação entre o Tribunal e as empresas.  Ela explica que, no início, muitas organizações buscavam apenas ganhar visibilidade no evento, mas hoje vê uma mudança real de postura e um compromisso com a proposta de promover inclusão. 

A juíza Mônica Cardoso, 1ª diretora de Prerrogativas e Direitos da AMATRA1 e integrante da Comissão de Acessibilidade e Inclusão, destacou que a feira é uma das ações mais consistentes do TRT-RJ no enfrentamento ao capacitismo estrutural. Segundo ela, o evento — já premiado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — cumpre papel essencial de conscientização, ao mesmo tempo em que estimula o engajamento das empresas. 

“A feira é fundamental para a promoção da inclusão, pois, mesmo após mais de 30 anos da Lei de Cotas (art. 93 da Lei 8.213/91), o mínimo legal ainda é descumprido. A adesão das empresas, com transparência nos critérios de contratação e observância da acessibilidade, é decisiva para a efetiva inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, afirmou.

O prédio Darcy Vargas foi utilizado pela primeira vez para o evento, antes feito no prédio sede do TRT-1. De acordo com Laura Castro Campos, chefe da Seção de Acessibilidade e Inclusão, a escolha do local teve o objetivo de facilitar o acesso do público. “Optamos pelo térreo justamente para eliminar barreiras de deslocamento e permitir uma entrada direta da rua para  o espaço da feira”, explicou. 

A gestora, que também é pessoa com deficiência, avaliou que, embora nem sempre o número de contratações seja expressivo, o impacto do evento está na conscientização. “A feira depende da cooperação entre o Tribunal e as empresas. Mesmo quando os resultados imediatos são modestos, o processo de sensibilização já representa um avanço importante”, pontuou.

Antes da abertura da feira, foi realizada uma reunião de alinhamento entre o TRT-RJ, as empresas participantes, a Rede Incluir e o Instituto Ágora. O encontro teve a exibição de um trecho do Seminário Internacional de 10 Anos da Lei Brasileira de Inclusão,  no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com participação da servidora Maria Vilela de Souza Ferreira, coordenadora do Comitê Nacional de Acessibilidade dos Sistemas da Justiça do Trabalho.

Leia mais: Empresa é condenada por demitir trabalhador autista após pedido de adaptações

Luciana Neves participa de debate sobre inclusão na Justiça do Trabalho

TRT-1 e AMATRA1 debatem inclusão de pessoas com deficiência no mercado