“A conscientização da população é a única forma de erradicar o trabalho infantil. O juiz é um agente público e político do Estado, mas ele também é sensível às questões sociais. Quando mostramos que o judiciário está engajado, a população tem mais confiança e acredita muito mais”, afirmou a 2ª vice-presidente da AMATRA1, Adriana Leandro, gestora regional de 1º grau do Programa Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem.
A coordenadora do Acordo de Cooperação para Combate ao Trabalho Infantil no Rio de Janeiro, Maria Vitória Sussekind Rocha, falou sobre o aumento do trabalho infantil nesta época do ano. “Não sei se a população tem total consciência do trabalho infantil. Vemos muitos ambulantes com filhos nos blocos de carnaval. Temos que alertar que criança não pode trabalhar!”
Para a diretora de Cidadania e Direitos Humanos da AMATRA1, Carina Bicalho, o objetivo é provocar uma reflexão. “Carnaval é uma brincadeira, mas também é um ato político, um ato de reflexão sobre a sociedade que a gente quer. Temos percebido que, com a desigualdade social e a restrição de acesso aos programas sociais, tem aumentado os casos de trabalho infantil, de trabalho escravo, assim como a população de rua. Temos que refletir sobre isso.”

O evento marcou o lançamento oficial da campanha do TRT-1 contra o trabalho infantil e pelo trabalho seguro no carnaval. O desembargador José Luís Campos Xavier, gestor regional de 2º grau do Programa Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, destacou que o lema da campanha é “Carnaval com Responsabilidade Social” e lembrou acidentes com carros alegóricos no sambódromo do Rio.
“Percebemos que há um desrespeito à segurança do trabalhador. Tem que seguir todas as normas que a lei determina. Não é admissível que se ignore esse tipo de proteção ao trabalhador”, afirmou o desembargador.
A campanha é fruto da parceria do TRT-1, por meio do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem e do Trabalho Seguro – Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho; com a Sisejufe; com a AMATRA1; e com o Acordo de Cooperação para Combate ao Trabalho Infantil no Estado do Rio de Janeiro. A Caarj (Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro) e OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) também apoiaram o evento. Deildo Jacinto, coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI-RJ), ressaltou a importância da “união de todas as entidades pela proteção das crianças e dos adolescentes”.
Coordenadora do programa Trabalho, Justiça e Cidadania e diretora da AMATRA1, Benimar Medeiros, também participou do evento. “O combate ao trabalho infantil é uma questão que levamos para as escolas que participam do TJC. Há um entendimento equivocado de que é melhor a criança trabalhar do que estar nas ruas. Temos que mostrar que existem alternativas para acabar com a exploração. Todos precisam abraçar essa causa.”