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Brasil precisa garantir os direitos dos trabalhadores de aplicativos

Brasil precisa garantir os direitos dos trabalhadores de aplicativos
Em ambiente de crescente debate sobre os direitos dos trabalhadores de plataformas de aplicativos, torna-se, mais do que nunca, necessária a garantia dos direitos sociais, de condições de trabalho dignas e de proteção aos indivíduos submetidos a este modelo laboral.

Recentes discussões têm destacado os desafios enfrentados por trabalhadores de plataformas de aplicativos, especialmente quanto à segurança no trabalho, acesso a benefícios previdenciários e proteção contra práticas abusivas. A ausência de estrutura regulatória adequada os deixa em situação vulnerável, sujeitos à exploração e à precarização das condições de trabalho.

Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 1,5 milhão de motoristas de aplicativos, entregadores e mototaxistas, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na Justiça do Trabalho, há cerca de 30 mil processos sobre o tema, totalizando R$ 3,4 bilhões, conforme levantamento da empresa de jurimetria Data Lawyer Insights. 

Um dos casos notáveis envolve a condenação da Uber, em setembro do ano passado, pela Justiça do Trabalho, a contratar todos os motoristas ativos via CLT e pagar R$ 1 bilhão em danos morais coletivos.

A Constituição estabelece, nos artigos 6º e 7º, que são direitos sociais fundamentais a todos os cidadãos o acesso à educação, saúde, trabalho, previdência social, assistência aos desamparados, salário mínimo digno, jornada de trabalho limitada, repouso semanal remunerado, proteção contra discriminação no emprego e seguro-desemprego, dentre outras garantias. No entanto, a aplicação desses direitos aos trabalhadores por plataformas não é cumprida por falta de legislação específica para esse novo modelo de trabalho.

Na próxima sexta-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) abrirá o julgamento, em plenário virtual, da questão do vínculo entre motoristas e apps. A decisão dos ministros deverá ser seguida por toda a Justiça e vai impactar milhares de processos em trâmite no país.

Para o juiz André Villela, episódios recentes demonstram a necessidade de se compreender melhor os temas em debate.

“É importante estarmos atentos a esses julgamentos que podem fragilizar a posição do indivíduo que presta o serviço, desprotegendo e afastando princípios que são inerentes ao Direito do Trabalho e estão previstos na nossa Constituição”, disse o magistrado.

Com informações complementares do Olhar Digital - Foto: Imagem ilustrativa/Freepik.

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