
Brito Pereira afirmou que a "Justiça do Trabalho está em paz com a Reforma Trabalhista", que os magistrados de 1º e 2º graus estão julgando as reclamações trabalhistas normalmente e que "os juízes estão muito serenos". Para ele, a fase de contestações dos juízes contra a Reforma Trabalhista está superada.
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"Se o juiz entende que deve aplicar a nova regra, aplica. Se ele entender que a nova regra é inconstitucional, ele pode deixar de aplicar, justificando. A parte que desejar recorrer recorre ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Não há disputa nenhuma."
O presidente do TST afirmou à Folha de S.Paulo que "não houve ruptura, de jeito nenhum" e que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) “continua viva” após a Reforma Trabalhista. Brito Pereira evitou apontar lacunas na legislação aprovada pelo Congresso Nacional.
"Não posso dizer o que poderia ter sido mudado ou o que não deveria ter sido mudado, porque isso não é função do juiz. O juiz recebe a lei, e a lei é modificada pelo Congresso", afirmou.
Número de processos deve voltar aos patamares de antes da Reforma
O presidente do TST também afirmou que o objetivo do Congresso não foi atrapalhar as relações de trabalho no Brasil, mas que a ideia foi modernizar a legislação e que "por enquanto não há sinal de que tenha piorado".
Segundo Brito Pereira foi "episódico" o número baixo de processos este ano. O presidente do TST afirmou que a quantidade de ações trabalhista deve aumentar e voltar aos patamares de 2016 e 2017, antes da entrada e vigor da Reforma Trabalhista.
"No ano que vem, voltaremos aos números de 2016 e 2017, porque os advogados trabalhistas, especialmente aqueles dos sindicatos, são muito preparados e quiseram certamente ver como anda a jurisprudência."
O presidente do TST disse, no entanto, que o número de ações coletivas deve aumentar, permitindo uma redução de processos na Justiça do Trabalho. "Isso é muito importante, isso é muito bom. Eu tenho fomentado o uso dessas ações coletivas que facilitam e até evitam decisões díspares."
Questionado sobre a expectativa da Justiça do Trabalho com o futuro governo de Jair Bolsonaro, o presidente do TST afirmou que "não nos submetemos a nenhum tipo de sofrimento ou euforia com o novo governo".
Para Brito Pereira, a Justiça do Trabalho continuará exercendo o papel previsto na Constituição e nas leis. "Nós não nos reunimos para fazer a avaliação dessa novidade (a vitória de Bolsonaro) e certamente não nos reuniremos."