“A poesia fala do sentir em momentos que somos tomados por situações fortes que nos paralisam, nos deixam tão estupefatos que nos olhamos e pensamos: ‘Será que sou eu mesma passando por isso?’”, contou.
Autora de obras premiadas no Brasil e no exterior e produzindo um livro sobre sua trajetória de vida, a juíza aposentada tem a escrita e a leitura como hábitos frequentes. Para Linda, é fundamental fomentar ações que promovam a cultura entre os magistrados.
Leia mais: Ronaldo Callado reconhece vínculo de emprego entre motorista e Uber
‘Mulheres, que são maioria da população, são tratadas até hoje como minoria’
Desembargadores e juízes promovem lançamentos de livros nesta semana
“Na atuação jurisdicional, vivemos um dia a dia muito intenso. Antes de me aposentar, eu trabalhava muito, levava processos para casa, atuava durante feriados, e ficava muito cansada e estressada. Meu refúgio passou a ser as coisas que eu lia e escrevia. Sempre me fez muito bem. Pretendo permanecer participando dos concursos, que podem, inclusive, ser replicados pelas associações regionais, como a AMATRA1.”
A seleção final dos textos foi feita virtualmente pela Comissão Avaliadora, em reunião conduzida pelo diretor de Formação e Cultura da Anamatra, Marcus Barberino. O presidente da associação, Luiz Colussi, o ministro Alberto Luiz Bresciani, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a desembargadora do Trabalho aposentada Maria Francisca Lacerda, do TRT-17 (ES), e a juíza Rosilene Nascimento, do TRT-15 (Campinas/SP) também participaram do encontro.
[caption id="attachment_30326" align="aligncenter" width="602"]

Os vencedores do concurso também vão receber placas de reconhecimento pelo trabalho inscrito na premiação. Os textos serão publicados em uma obra eletrônica da Anamatra, junto a outros 33 textos escolhidos pelos julgadores. Clique aqui para ver todos os títulos.
Leia a poesia vencedora do Concurso Literário da Anamatra
Paralisia
A escuridão chegou aos pedaços,
pincelou a sala,
sombreou meu rosto,
se instalou na alma...
Palavras arrastadas pela mão
rangeram seu silêncio
incômodo
Esbarrando em paredes,
ecoando na penumbra,
resvalando pelo chão...
O olhar de página em branco
sequer penetrou...
- Espelho sem reflexo! -
Na paisagem derrotada
o que era brilho
se desvaneceu...
Sussurros de silêncio
se espalharam...
E aquele rosto que eu vi
não era o meu!!!
Linda Brandão Dias