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Daniela Muller fala sobre violência contra a mulher em live da ReBEDH RJ

Daniela Muller fala sobre violência contra a mulher em live da ReBEDH RJ
A juíza Daniela Muller fez uma análise contundente sobre a importância do 8 de março na desconstrução das concepções equivocadas ainda arraigadas nas normas sociais e de gênero. “Que ilusões são essas? Os papéis que homens e mulheres desempenham na sociedade, no trabalho e nas relações familiares são socialmente construídos, mas frequentemente tratados como se fossem determinados pela genética”, afirmou a magistrada durante uma live promovida pela Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos (ReBEDH RJ), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.

A presidenta da AMATRA1 participou da transmissão ao vivo, na terça-feira (25). O evento, que colocou em pauta a relevância  do Mês Internacional da Mulher, também contou com a presença da professora e pesquisadora Sandra Faustino, integrante da rede. A ReBEDH é uma organização apartidária e laica, que atua na promoção da educação em direitos humanos. A entidade busca articular iniciativas e fortalecer ações colaborativas entre indivíduos, grupos e instituições comprometidas com a justiça social e ambiental.

O objetivo da atividade foi refletir sobre os avanços históricos conquistados pelas mulheres e os desafios que ainda precisam ser enfrentados. A produtora cultural Luciana Bittencourt, mediadora da live, destacou a necessidade de seguir alertando sobre violências e discriminações enfrentadas por mulheres em diferentes esferas, como mercado de trabalho, política e ambiente doméstico.

Daniela Muller também abordou as disparidades no mercado de trabalho, e apontou que, muitas vezes, mesmo com qualificação acadêmica superior à dos homens, as mulheres ficam com os postos de trabalho mais mal remunerados e de menor prestígio.  Outro problema destacado por ela é a imposição de que a mulher deve assumir, na maioria das vezes sozinha, as responsabilidades e os cuidados com a família.  “Às vezes, faltam condições de abrir mão da família. Um homem pode estar disponível para o trabalho e uma mulher dificilmente estará. E não só pela questão de filhos, mas também de familiares que precisam de atenção”, observou. 

Segundo ela, pessoas que possuem privilégios, como aqueles baseados em cor, gênero e raça, devem realizar uma análise honesta e crítica sobre suas atitudes para reconhecer comportamentos machistas e discriminação internalizada.  Muller também fez questão de mencionar a pressão estética enfrentada pelas mulheres, que também tem impactos em sua inserção no mercado de trabalho. A juíza afirmou que essa pressão estética imposta às mulheres, além de ser constante no cotidiano, é uma das formas de discriminação que limita até a mobilidade profissional.

“Enquanto a atividade humana de trabalhar for tratada como uma mercadoria, isso será uma realidade. E para as mulheres ainda mais, porque somos vistas como um produto ainda mais barato e descartável. Independente disso, resistirmos e resistiremos sempre”, concluiu a presidenta da AMATRA1.

Foto de capa: frame da live/canal Cultura, Gênero e Direitos Humanos no YouTube.

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