O trabalho da Anamatra no Congresso pela rejeição do texto da Reforma da Previdência foi destaque em reportagem no jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (10). A presidente da entidade, Noemia Porto, afirmou que a Anamatra entende a necessidade de reformas no sistema previdenciário, mas que o texto aprovado na Comissão Especial trará prejuízos aos servidores.
“A gente compreende que elas (as reformas) são, de tempos em tempos, necessárias, mas o texto (...) foi piorado sistematicamente contra o servidor público. Se nenhuma melhora é possível, o que se pretende é a rejeição, para que outro texto possa ser começado.”
A Anamatra integra a Frentas (Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público) que apresentou uma petição de mais de 10 mil assinaturas contra o texto. Seis pontos são considerados mais graves. Um deles é a regra de transição que cria um pedágio de 100% do tempo de contribuição para servidores públicos. A petição afirma que a PEC é discriminatória.
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“(O texto) fixa regras bem mais suaves para os militares e os próprios parlamentares, da ordem, respectivamente, de 17% e 30%.”
Noemia Porto disse ainda que os magistrados se colocaram à disposição para colaborar com o texto da reforma.
“Tivemos várias reuniões com a equipe técnica e com o próprio Rodrigo Maia. E até agora o discurso para nós sempre foi de abertura, na ideia de que o texto poderia ser melhorado, mas na prática nada disso aconteceu”, diz. Por isso, segundo ela, a sensação agora é de “profundo ressentimento das carreiras de Estado”.