
O 8º Prêmio Anamatra de Direitos Humanos premiou, na categoria Imprensa, trabalhos que denunciaram a escravidão, a dificuldade de inserção de transexuais na sociedade e os desafios de mulheres inseridas no mundo do futebol. A cerimônia aconteceu, nesta terça-feira (18), no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio.
Na subcategoria Televisão, o prêmio foi para série “Casas de Farinha: o fim da tradição. O começo da escravidão”, produzida pela equipe da TV Pajuçara (afiliada da RecordTV em Alagoas) e pelo repórter Thiago Correia.
As reportagens mostraram a situação análoga à escravidão de produtores de mandioca em Alagoas. As matérias flagraram outras irregularidades, como o trabalho insalubre, o trabalho infantil e a ausência de equipamentos de proteção. A série revelou ainda estudos inéditos sobre a emissão do ácido cianídrico contido na mandioca, substância muitas vezes letal para os trabalhadores.
O repórter destacou a importância do trabalho da imprensa em um cenário de redução de direitos e de tentativas de diminuir a importância do conceito de direitos humanos no Brasil. “É uma honra e um orgulho fazer parte de um seleto grupo de profissionais que venceram essa importantíssima premiação de fundamental relevância social!”
Confira a reportagem:
Já o jornalista Marcelo Prest, do jornal A Gazeta (ES), venceu o prêmio na subcategoria Fotografia. Ele retratou o trabalho de catadores de materiais recicláveis no Estado.
"Ser vencedor no prêmio com meu trabalho é trazer visibilidade para problemas sociais que parecem estar muito distantes de nossas realidades, onde ciclos de miséria se perpetuam diante do olhar acostumado do cotidiano com a possibilidade de que essa imagem possa ajudar a mudar as relações de trabalhos degradantes.”
Confira a fotografia vencedora:

Desafios para inserção de transexuais na sociedade
Na subcategoria Rádio, o vencedor foi o jornalista Marcelo Henrique Andrade, da CBN Paraíba, com reportagem sobre a dificuldade da inserção de transexuais na educação e no mercado de trabalho. Ele mostrou histórias de superação de preconceito e apresentou exemplos de como combater a intolerância.
“Mais do que nunca o jornalismo precisa estar vigilante aos desafios da sociedade no combate a temas como discriminação, todo tipo de preconceito e qualquer violação dos direitos, seja ele qual for. Apenas em uma sociedade com imprensa vigilante e atuante, a transformação social ideal fica mais perto de acontecer”, disse Andrade.
A jornalista Camila Correia Alves, do Diário de Pernambuco, venceu na subcategoria Impresso, com a reportagem “Impedidas: machismo e violência no futebol”, que mostra o preconceito sofrido por mulheres jogadoras futebol. A matéria apresenta casos de assédio sexual, machismo, questionamentos sobre a sexualidade, entre outros problemas sofridos por atletas e árbitras de futebol feminino.
“A reportagem foi meu sonho de finalmente ter mulheres falando sobre mulheres no esporte. Foi uma história construída em conjunto, que precisou de seis meses de apuração, de escrita e de edição em uma tentativa de não deixar brechas para qualquer questionamento sobre a existência desse problema”, destacou Camila.
Confira a reportagem no link: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/machismonofutebol/