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Fiscais resgatam operários de condições degradantes em (BA) Lauro de Freitas 

Fiscais resgatam operários de condições degradantes em (BA) Lauro de Freitas 
Quatro trabalhadores da construção civil foram resgatados durante operação de fiscalização, nos dias 1º e 2 de abril, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Fiscais de órgãos federais e estaduais flagraram os profissionais mantidos em condições de moradia e trabalho degradantes, incompatíveis com a legislação vigente, o que configura situação análoga à de escravidão.

A ação aconteceu em um loteamento na Rua Ministro Antônio Carlos Magalhães, no bairro Buraquinho. Os operários trabalhavam na construção de residências e estavam alojados em instalações improvisadas, sem acesso à água potável, a banheiros adequados e não dispunham de equipamentos de proteção individual. Também não recebiam alimentação dos contratantes, tampouco contavam com  estrutura adequada para o armazenamento de alimentos.

A ação mobilizou equipes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) da Bahia. Os órgãos fiscalizaram diferentes endereços em Salvador e Lauro de Freitas, após análise de denúncias e cruzamento de informações. Apenas o caso do loteamento resultou em resgate.

O grupo prestava serviços simultaneamente a cinco proprietários de terrenos, que coordenavam a execução das obras sem intermediação de pessoa jurídica. Após o flagrante, os responsáveis firmaram termo de ajuste de conduta com o MPT, comprometendo-se a efetuar os pagamentos devidos e a cumprir integralmente a legislação trabalhista.

Cada trabalhador recebeu R$ 5 mil a título de indenização individual, além das verbas rescisórias. Os empregadores também assumiram os custos da viagem de volta dos  trabalhadores a seus locais de origem. Além disso, foi estipulado o pagamento de R$ 30 mil por danos morais coletivos ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad), com prazo de 30 dias para quitação.

A caracterização do trabalho análogo à escravidão se baseou no conjunto de violações constatadas, como destacou o auditor-fiscal Daniel Santana, que coordenou a operação. Entre os fatores determinantes, estavam as condições degradantes do alojamento, a ausência de itens básicos de saúde e segurança e o elevado risco a que os trabalhadores estavam submetidos no exercício das atividades.

O procurador do Trabalho Claudio Cunha, que também participou da fiscalização, reiterou que o descumprimento das obrigações previstas no termo firmado com o MPT poderá gerar multa de R$ 5 mil por cláusula violada.

As denúncias de situações semelhantes podem ser encaminhadas pelo Sistema Ipê (https://ipe.sit.trabalho.gov.br) ou portal Gov.br, mediante identificação. O sigilo é garantido.

Com informações do MPT - Foto de capa: Divulgação/Ascom do MPT na BA.

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