O (TRT-1) Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região lançou, nesta quarta-feira (18), a campanha “Realidade Brasileira: Aprender para Reconhecer”, voltada à conscientização sobre o racismo estrutural. A iniciativa é promovida pelo Subcomitê de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade da Corte, coordenado pela desembargadora Márcia Regina Leal Campos, associada da AMATRA1. Com peças informativas e ações digitais, a campanha busca ampliar o conhecimento sobre as manifestações do racismo e oferecer estratégias para seu enfrentamento.
“Nós temos procurado estar sempre atentas, dentro do trabalho que realizamos no Comitê de Diversidade, buscando estabelecer conexões tanto dentro do próprio Tribunal quanto entre seus usuários. Estamos sempre renovando nossas campanhas de combate ao racismo e aproveitamos datas simbólicas para reforçar esse compromisso. A cada semana, vamos divulgar um card nas redes sociais, especialmente no Instagram, abordando diferentes formas de racismo e trazendo exemplos práticos, como o racismo recreativo, o institucional e o estrutural. Nosso objetivo é seguir alinhados também às campanhas do CNJ, mantendo o debate vivo e acessível”, afirmou.
A divulgação ocorre no dia em que se celebra a fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), entidade que desde 1978 atua no combate à discriminação racial no Brasil. A campanha explica as diferenças entre racismo estrutural, individual, institucional, religioso e recreativo, destacando como práticas discriminatórias se perpetuam de forma naturalizada nas estruturas sociais.
A desembargadora explica que a campanha foi estrategicamente lançada em uma data simbólica, não só como forma de enfrentamento, mas também como gesto de afirmação institucional. A iniciativa dá continuidade a ações anteriores do comitê e busca manter o tema em circulação, aproveitando o calendário e a visibilidade para a instalação do busto de Esperança Garcia no Tribunal, figura simbólica na luta por igualdade racial dentro do Judiciário.
O conteúdo da ação será publicado no Instagram do TRT-RJ e inclui cartazes que abordam, de forma didática, conceitos e exemplos dessas manifestações. A campanha também propõe medidas práticas, como a revisão de condutas pessoais, o incentivo à valorização da cultura afro-brasileira e o apoio a políticas institucionais voltadas à equidade racial.
Instituído pelo Ato 55/2024, o Subcomitê de Equidade do TRT-RJ reúne magistrados, servidores e representantes de segmentos sociais diversos, incluindo pessoas negras, mulheres, idosos, pessoas LGBTQIA+ e com deficiência. O grupo é responsável por elaborar ações e projetos voltados à inclusão dentro e fora do ambiente institucional, em conformidade com as diretrizes do CNJ e do CSJT.
Segundo o Subcomitê, o racismo estrutural influencia decisões e acessos com base na raça, mesmo sem intenção explícita de discriminação. Entre os exemplos, estão a distribuição desigual de oportunidades no mercado de trabalho, que frequentemente reserva os cargos de maior prestígio a pessoas brancas.
Com informações e foto do TRT-1.
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