Notícias

Seminário da Ejud na Região Serrana aborda impactos da crise climática no mundo do trabalho

Seminário da Ejud na Região Serrana aborda impactos da crise climática no mundo do trabalho
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Evento telepresencial discute litigância climática, direitos socioambientais e qualidade de vida de trabalhadores na Serra Fluminense

A Escola Judicial do TRT-1 promove nesta sexta-feira (24), de 9h às 13h, o 5º Seminário da Região Serrana sobre “Crise Climática e Mundo do Trabalho: Litigância, Justiça e Direitos da Natureza na Serra Fluminense”. O evento vai reunir especialistas do Ministério Público do Trabalho, pesquisadores e advogados para discutir os efeitos da crise climática sobre trabalhadores e comunidades, e estratégias jurídicas para garantir direitos socioambientais. O evento será em formato telepresencial, com transmissão ao vivo para inscritos.

O seminário terá dois painéis, mediados pelas juízas associadas da AMATRA1 Cissa Biasoli e Luana Lobosco, com duas palestras em cada. 

O primeiro painel terá como foco o impacto da crise climática sobre a vida de trabalhadores e a atuação do Ministério Público do Trabalho. A cientista Luisa Maria Diele Viegas apresentará os conceitos de ciência do clima e transição justa, e a procuradora do MPT Mariane Moterani Silva discutirá a realidade da região serrana e os desafios dos trabalhadores. Na segunda mesa, Valeriana Augusta Broetto vai analisar a litigância climática como instrumento para redução de riscos de desastres, e Felipe Ramos Cabral Sá vai explorar a proteção dos direitos socioambientais e a qualidade de vida das comunidades afetadas.

A juíza Cissa Biasoli destacou que a Região Serrana é um importante polo agrícola, especialmente para agricultores familiares, com forte produção de hortaliças. Segundo ela, a crise climática expõe trabalhadores — especialmente aqueles que desempenham atividades externas, como agricultores, entregadores, vendedores e profissionais da construção civil — a altas temperaturas, o que aumenta riscos à saúde, como exaustão pelo calor, insolação e danos a órgãos vitais, além do agravamento da poluição do ar em períodos mais quentes.

Ela observou ainda que as mudanças climáticas podem levar agricultores a recorrer mais intensamente a fertilizantes químicos e agrotóxicos para manter a produtividade, o que amplia a exposição a substâncias potencialmente nocivas — muitas delas proibidas em outros países, mas amplamente utilizadas no Brasil.

“Com este seminário, esperamos identificar caminhos e soluções para ampliar políticas públicas de mitigação e adaptação climática, operando o conceito de transição econômica justa e trabalho digno”, concluiu.

Já a juíza Luana Lobosco, que atua como auxiliar da 1ª e 2ª Vara de Nova Friburgo, o seminário foi elaborado para tratar das peculiaridades da região serrana, fortemente afetada por enchentes e deslizamentos. O evento será tanto para quem atua na Justiça do Trabalho quanto para estudantes que se preparam para a área acadêmica.

“Nas regiões de Nova Friburgo, de Teresópolis e de Petrópolis, já tivemos diversos casos de enchentes e desabamentos de terra. Isso traz muitos efeitos em processos trabalhistas, como acidentes de trabalho e condições ambientais de trabalho, em que essas questões climáticas têm impacto ”. Ela acrescentou que o seminário traz um enfoque diferenciado na área trabalhista, com efetividade prática e potencial de utilidade para os participantes.

A inscrição no site da Escola Judicial: Link para inscrição é obrigatória para participar na transmissão ao vivo. 

Leia mais: CNJ abre consulta pública sobre prioridades do Judiciário de 2027 a 2032

Alunos do Vicente Jannuzzi conhecem Justiça do Trabalho em visita promovida pelo TJC

STF discute pejotização, direitos trabalhistas e papel da Justiça do Trabalho