A presidenta da AMATRA1, juíza Daniela Muller, reforçou a importância de o Tribunal abrir espaço para atividades culturais que valorizam a inclusão e dão visibilidade para pessoas com deficiência. A iniciativa da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do TRT-RJ, na segunda-feira (7), faz parte do calendário de abril, que marca o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

Durante a apresentação, a desembargadora Alba Valéria Guedes Fernandes da Silva, coordenadora da comissão responsável pela ação, afirmou que o Tribunal não se limita à função jurisdicional.
“O TRT-1 não é só uma instituição que julga processos, ele tem um dever social. A sociedade toda tem que ser inclusiva e esse evento é justamente para sensibilizar, para mostrar que as pessoas com deficiência têm capacidade”, afirmou a magistrada.
A juíza Mônica do Rêgo Barros Cardoso, 1ª diretora de Prerrogativas e Direitos da AMATRA1, que também acompanhou a peça, defendeu o uso da arte como ferramenta de inclusão. Para ela, a convivência com a diversidade deve ser estimulada por meio de experiências concretas, e o teatro, assim como a música, cumpre essa função ao permitir que cada pessoa participe dentro de suas possibilidades.
A peça foi desenvolvida pelo Instituto Véras, fundado em 1959. O Centro de Reabilitação adotou os métodos de Glenn Doman com foco no desenvolvimento do potencial humano, inicialmente tratando sequelas de problemas neurológicos como AVCs e traumatismos.
A partir de 1966, ampliou sua atuação para crianças e jovens com síndromes e transtornos do neurodesenvolvimento, como Down, Asperger, autismo e dislexia. Atualmente, como parte dos Institutos Veras, oferece uma gama de terapias neurológicas e integrativas. Faz parte do grupo a Escola Experimental Emília Véras, reconhecida pelo MEC, que adapta o ensino às necessidades de cada aluno, em conformidade com a BNCC.
Ainda durante o evento, a servidora Laura Lis de Castro Campos e a assistente social Marta Mendes Silveira de Araújo apresentaram reflexões sobre o papel da arte na valorização de talentos diversos e na construção de uma sociedade mais acessível.
Segundo a desembargadora Alba Valéria, a escolha da temática na Páscoa atendeu a uma proposta construída desde o início do ano, aproveitando o conteúdo que já vinha sendo trabalhado pelos alunos do Instituto.
“A Páscoa tem um símbolo importante na vida de todas as pessoas e tentamos trazer para o Tribunal a associação da Páscoa com uma sensibilidade maior em relação às pessoas com deficiência intelectual. A arte trabalha os sentimentos e faz com que você consiga transmitir ideias, direitos e as necessidades das pessoas”, concluiu.
Ao final da apresentação, os alunos receberam certificados e lembranças entregues pela desembargadora Dalva de Oliveira e pela juíza Mônica do Cardoso, encerrando o evento com o reconhecimento simbólico da participação de cada um.
Foto de capa: Alunos do Instituto Véras em peça no Centro Cultural
Leia mais: AMATRA1 cria grupo virtual para fortalecer atuação feminina no Judiciário
MPT lança e-book sobre mediação de conflitos com foco no debate de gênero
Daniela Muller fala sobre violência contra a mulher em live da ReBEDH RJ