Cerimônia em Maceió que marcou chegada da magistrada à instituição teve palestras sobre temas jurídicos e sociais contemporâneos
A desembargadora aposentada do TRT-1 e associada da AMATRA1 Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos assumiu o posto de membro efetivo da Academia Internacional de Direito e Ética (AIDE), durante o III Simpósio da entidade, em Maceió (AL), no sábado (13). O evento teve palestras sobre ética, direito, meio ambiente e desafios sociais, e reuniu juristas, professores e parlamentares do Brasil e do exterior. A magistrada também recebeu homenagem por “relevantes serviços prestados à sociedade brasileira”. Para a nova acadêmica, o título simboliza o reconhecimento a valores que defendeu ao longo de toda sua carreira.
“Significa um reconhecimento a uma trajetória sempre pautada nos princípios da dignidade, moral, ética e da justiça”, disse Maria das Graças.
O convite para integrar a Academia chegou em março de 2024, após aprovação unânime de seu nome em assembleia. A posse estava inicialmente prevista para dezembro do ano passado, mas acabou adiada por motivos familiares. Outros três novos integrantes também foram empossados: Lúcia Pereira Valente Lombardi, procuradora federal da 3ª Região da PGF SP/MS; Antônio Rosário Niquice, parlamentar de Moçambique; e Edgar Jesus da Costa, advogado no Rio de Janeiro.
Maria das Graças destacou o papel da instituição na troca de conhecimentos entre juristas de diferentes áreas e países. “A ética é um princípio que deve ser parte integrante da dignidade da pessoa, deve estar presente em todas as suas ações e em todas as profissões, para que se possa agir com honestidade, integridade e justiça. A ética é um princípio que não deve ter fim”, destacou.
A magistrada listou como momentos marcantes do simpósio as conferências da advogada Ana Paula Krummer sobre a tragédia ambiental em Maceió causada pela extração de sal-gema; do parlamentar moçambicano Antônio Rosário Niquice a respeito da indústria extrativista na África e da conselheira da AIDE Valéria Aparecida Nogueira, que discutiu a violência contra a mulher em palestra intitulada “Homem Vítima ou Bandido”.
Segundo a desembargadora, a escolha de seu nome para a Academia Internacional de Direito e Ética reafirma a possibilidade da participação feminina em qualquer espaço institucional. Maria das Graças dedicou a posse a Deus, aos pais e ao presidente da AIDE, Hélio José Machado, responsável por sua indicação. “Representa uma grande conquista e a certeza de que nós mulheres poderemos ocupar qualquer posição profissionalmente, socialmente e nas Academias, desde que estejamos preparadas para ocupá-las”.
A magistrada ingressou na Justiça do Trabalho em 1975, como técnica-judiciária no TRT da 8ª Região, no Pará, e no ano seguinte tornou-se juíza substituta em Rio Branco, no Acre, enfrentando casos de trabalho escravo e infantil. Em 1982, foi aprovada em primeiro lugar no concurso para a magistratura do TRT da 1ª Região, no Rio de Janeiro, tribunal que presidiu entre 2015 e 2017.
Ao longo da carreira, a juíza ocupou cargos de vice-corregedora, diretora do Centro Cultural, vice-presidente, integrante do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e foi a primeira mulher eleita ouvidora da Corte. Aposentou-se em abril de 2023, após quase cinco décadas de atuação.
A Academia Internacional de Direito e Ética foi fundada em novembro de 2021, no Rio de Janeiro, sob a iniciativa do professor e advogado Antônio Francisco Costa. A entidade tem como objetivo promover eventos acadêmicos, colaborar com instituições de ensino e órgãos públicos, publicar obras científicas e desenvolver pesquisas voltadas ao direito e à ética. Já realizou simpósios em Cuiabá (MT), Brasília (DF) e, mais recentemente, em Maceió (AL).
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