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‘Vidas LGBTQIAPN+ importam e resistem’, afirma Ronaldo Callado

‘Vidas LGBTQIAPN+ importam e resistem’, afirma Ronaldo Callado
“Vidas LGBTQIAPN+ importam, resistem e têm lugar na Justiça do Trabalho”, afirmou o juiz Ronaldo Callado durante o 4º Simpósio da Escola Judicial do TRT-1 (Ejud1), na última sexta-feira (27), no auditório do prédio-sede do Tribunal. O evento, promovido em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ (28), reuniu magistrados, professores e especialistas para discutir desafios da inclusão no mundo do trabalho, com dois painéis temáticos. Também participaram da abertura a desembargadora Alba Valéria Guedes Fernandes, coordenadora da Comissão de Acessibilidade e Inclusão, e a diretora da Ejud1, desembargadora Sayonara Grillo, ambas associadas da AMATRA1.

“O papel da Justiça do Trabalho é importantíssimo, pois além de aplicarmos o direito ao caso concreto, exercendo papel contramajoritário, precisamos também olhar para dentro da instituição voltando a atenção para servidores e magistrados. O principal efeito prático é o letramento como instrumento de conscientização e aprendizado para o combate à LGBTfobia estrutural a que estamos sujeitos”, disse Ronaldo Callado. 

O ex-presidente da AMATRA1 e integrante do Subcomitê de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do Tribunal defendeu a ação institucional como forma de letramento da magistratura e da sociedade sobre os direitos das pessoas LGBTQIAPN+. Também agradeceu a autorização do presidente do TRT-1, desembargador Roque Lucarelli Dattoli, para iluminar os prédios do tribunal com as cores do arco-íris em homenagem ao dia 28.

Durante a mesa de abertura, a desembargadora Alba Valéria abordou o papel coletivo dos comitês e comissões do Tribunal na construção de políticas públicas. 

“A parceria das instituições é fundamental para promovermos a inclusão. Falar sobre diversidade é algo que me deixa muito feliz. Eliminar as barreiras é nossa obrigação, não fique em cima do muro, tome uma posição. Ou você é o problema ou a parte da solução. E assim eu clamo para que todos nós abracemos essa meta”, disse a desembargadora, que leu um texto sobre capacitismo.  

Já Sayonara Grillo destacou que o respeito às diferenças e à dignidade é essencial para a consolidação dos direitos humanos no ambiente de trabalho. 

“Nós precisamos reforçar o papel do Direito, reconhecendo que a inclusão e o respeito às diferenças são direitos de toda a sociedade. Nós não conseguiremos ter uma sociedade na qual o mundo do trabalho proporcione o desenvolvimento de novas economias, se não tivermos um respeito integral e  indivisível aos direitos humanos”, defendeu. 

No período da manhã, o painel “Diversidade e direito das pessoas LGBTQIA+” foi mediado por Callado e contou com palestras do professor Pedro Nicoli (UFMG), do professor Philipe Almeida (UFRJ) e do desembargador federal Roger Raupp Rios (TRF-4). À tarde, o tema “A construção de um mundo do trabalho inclusivo e anticapacitista” foi discutido pelo desembargador Ricardo Tadeu da Fonseca (TRT-9), por Nathália Cavalieri Amarante (Instituto Novo Ser) e pela desembargadora Thereza Cristina Gosdal (TRT-9), sob mediação de Alba Valéria.

O simpósio integra as ações formativas da Escola Judicial e reforça o compromisso institucional com temas relacionados à equidade e aos direitos fundamentais no âmbito trabalhista.

Com informações e foto do TRT-1

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