Notícias

Série EMAT: Karla Valle analisa a violência no trabalho e a ética nas relações laborais

Assistente social do TRT-1 destaca a relevância do Encontro como espaço multidisciplinar de reflexão e enfrentamento

A AMATRA1 publicou, nesta terça-feira (11), no canal da entidade no YouTube, o vídeo da palestra da assistente social do TRT-1 Karla Valle, durante o 34º Encontro dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região (EMAT). No evento, ela analisou as formas contemporâneas de violência nas organizações e defendeu uma abordagem institucional integrada, capaz de articular prevenção, acolhimento, cuidado e responsabilização.

Karla ressaltou que o EMAT cumpre papel essencial ao tratar o assédio moral sob diferentes perspectivas, reunindo magistrados, pesquisadores e profissionais de várias áreas para enfrentar um problema que atravessa dimensões jurídicas, políticas e culturais.

Ao refletir sobre o papel do evento, Karla destacou que discutir a violência no trabalho de modo multidisciplinar é fundamental para compreender a complexidade do fenômeno, que se manifesta tanto nas estruturas de gestão quanto nos padrões de sociabilidade que sustentam condutas abusivas. Segundo ela, o assédio moral “é uma questão econômica e política, facilitada pelo gerencialismo e promotora das mais distintas expressões de sofrimento no trabalho”, o que exige a adoção de políticas institucionais de caráter intersetorial.

IMG_5135_original.jpeg

Karlla Valle e presidenta Daniela Muller

Na palestra no EMAT, Karla abordou o impacto das práticas gerenciais e produtivistas sobre a saúde mental e aspectos da convivência no ambiente laboral. Ela defendeu que o enfrentamento da violência deve ir além das respostas formais, incorporando o cuidado com o trabalhador e a revisão crítica das formas de organização do trabalho. A assistente social também destacou que políticas eficazes devem integrar dimensões jurídicas, de acolhimento e de promoção da saúde, de modo a construir relações baseadas no respeito e na ética institucional.

Karla enfatizou ainda que uma cultura organizacional livre de assédio depende da rejeição a modelos gerenciais que desconsideram a dimensão humana do trabalho. Para ela, é indispensável que os critérios de eficiência incluam indicadores de bem-estar, qualidade de vida e reconhecimento. “Nada é mais humanizador das relações de trabalho do que o respeito aos direitos sociais e normas sociais em vigência. Não é necessário inventar a roda”, afirmou.

O painel fez parte da programação do 34º EMAT, realizado nos dias 11 e 12 de setembro no auditório do TRT-1, com o tema “Assédio nas Relações Institucionais e no Ambiente de Trabalho”. A mesa reuniu também o procurador e professor Rodrigo Brandão e a psicanalista Nelisa Guimarães, sob mediação do juiz Felipe Vianna.

As gravações das conferências e mesas do encontro estão sendo disponibilizadas progressivamente no canal da Associação no YouTube, que reúne as discussões promovidas em parceria com a Escola Judicial do TRT-1 sobre ética, dignidade e gestão no serviço público.

Leia mais: Estreia da série EMAT: Rodrigo Brandão aborda dimensões jurídicas do assédio moral

‘Direitos humanos são essenciais à concretização da justiça social’, diz a ministra Delaíde Arantes no encerramento do EMAT

Após sete anos, EMAT volta com foco em assédio nas relações de trabalho

Notícias

Novos juízes do TRT-1 estreiam com medalhas nos Jogos da Anamatra

Juízes aprovados no II Concurso Nacional Unificado participaram pela primeira vez da competição, em Salvador, já como parte da delegação campeã da AMATRA1

Recém-empossados no TRT-1, quatro magistrados aprovados no II Concurso Público Nacional Unificado estrearam nos Jogos Nacionais da Anamatra, em Salvador, com uma conquista inédita: o título de campeã geral para  a AMATRA1 na 15ª edição do evento. Bruno Peixoto, Gabriel de Seixas, Ana Júlia Silva e Laís Bertolo, que participaram da competição em diferentes modalidades, destacaram a integração e o espírito coletivo como principais aprendizados desta primeira experiência esportiva. Eles conquistaram medalhas no beach tennis e no basquete feminino.

A delegação da 1ª Região somou 2.047 pontos e garantiu o primeiro lugar entre as associações, com 35 medalhas — resultado que marcou a estreia dos novos magistrados nos Jogos Nacionais.

A participação dos juízes recém-chegados ao TRT-1 reforçou o caráter integrador dos Jogos da Anamatra, que reúnem magistrados de todo o país. Entre os estreantes, predominou a percepção de que a competição vai além da disputa por medalhas, servindo como oportunidade para trocar experiências, conhecer colegas de outras regiões e vivenciar o convívio fora do ambiente de trabalho. O grupo destacou que o evento simboliza o início de uma trajetória coletiva dentro da Associação, marcada pelo aprendizado e pela união.

Dupla estreia no beach tennis

JFF_0409.JPG

Bruno Peixoto /Jogos Nacionais da Anamatra

Entre os estreantes, Bruno Peixoto e Gabriel de Seixas dividiram a quadra no beach tennis e conquistaram o terceiro lugar na categoria dupla masculina geral. Diretor de Esportes da AMATRA1, Bruno também assumiu a responsabilidade de organizar as equipes da 1ª Região, conciliando a função com a estreia como atleta. Ele afirmou que participar dos Jogos foi “um enorme prazer” e que “foi uma honra incrível assumir a responsabilidade de organizar a delegação e as equipes”. Segundo o magistrado, o desempenho coletivo refletiu o esforço conjunto. “Com a ajuda de todos, alcançamos pela primeira vez a melhor colocação no quadro geral de medalhas”, destacou.

Bruno observou ainda que o nível técnico dos competidores o surpreendeu positivamente e que o resultado pode estimular a adesão de mais colegas nas próximas edições. “O resultado geral no quadro de medalhas vai estimular os novos colegas a participarem dos próximos jogos”, afirmou.

JFF_0399.JPG

Gabriel de Seixas/Jogos Nacionais da Anamatra

Gabriel de Seixas compartilhou uma percepção semelhante. Ele descreveu a participação como “uma experiência incrível”, ressaltando que o ambiente esportivo “garantiu a integração de todos, com descontração e cordialidade”. O juiz também relembrou o momento em que a AMATRA1 foi anunciada campeã, apontando a cena como símbolo da união do grupo. “Trago em minha memória a comemoração pela conquista de cada colega e do 1º lugar geral da AMATRA1”, disse, acrescentando que pretende seguir competindo em busca de mais medalhas no futuro.

Basquete feminino fortalece integração

No basquete feminino, as juízas Ana Júlia Silva e Laís Bertolo integraram a equipe que conquistou o terceiro lugar. Ana Júlia contou que não tinha o hábito de praticar esportes, mas aceitou o convite para completar o time. “Mesmo sem tanta experiência, o time mostrou que garra e força de vontade também levam longe”, afirmou. Para ela, os Jogos foram um espaço de descontração e de aproximação com colegas de outras regionais. A magistrada lembrou que o TRT-1 foi a delegação com mais juízes recém-empossados e destacou que, apesar das dificuldades de adaptação à nova rotina, o grupo encontrou tempo para confraternizar.

Laís Bertolo ressaltou que o título e a medalha simbolizam “o empenho coletivo, a confiança mútua e o companheirismo que se formaram dentro e fora da quadra”. Segundo ela, o evento proporcionou trocas de experiências e o fortalecimento de amizades. “Foi emocionante perceber que, mesmo vindos de diferentes realidades e com rotinas tão intensas, conseguimos nos unir por um propósito comum”, afirmou. Para a magistrada, mais do que competir, os Jogos representaram uma oportunidade única de vivenciar o espírito de união que define a nossa categoria.

Com a conquista inédita e a presença marcante dos novos juízes da 1ª Região, a 15ª edição dos Jogos Nacionais da Anamatra consolidou-se como um momento de integração e início de trajetória esportiva dentro da magistratura.

Leia mais: Atletas destacam espírito coletivo em conquista inédita nos Jogos da Anamatra

Futebol da AMATRA1 está pronto para Jogos de outubro, diz Rafael Pazzos

Adriana Maia relembra ouro no tênis e se prepara para os Jogos da Anamatra em Salvador

Notícias

Projeto Reconstrua promove reinserção profissional a pessoas em situação de rua

Iniciativa reúne 11 instituições públicas e sociais em torno da inclusão produtiva e teve sua primeira reunião executiva nesta sexta-feira (7), na sede do TRT da 1ª Região

Foi lançado nesta sexta-feira (7), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), o projeto interinstitucional Reconstrua: Trajetória Cidadã, que tem como objetivo promover a reinserção profissional de pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro. A iniciativa reúne 11 instituições sob coordenação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT-RJ) e do TRT-1, e integra a Política Nacional Judicial de Atenção a Pessoas em Situação de Rua, prevista na Resolução nº 425/2021 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O encontro contou com a presença do presidente do TRT-1, desembargador Roque Lucarelli, e da desembargadora Carina Bicalho, que faz parte da iniciativa.

O Reconstrua foi concebido a partir de um Acordo de Cooperação firmado no âmbito do Fórum do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (Fojurj) e do Comitê Regional PopRuaJud-Rio, com foco na construção de caminhos de empregabilidade e cidadania para a população em situação de vulnerabilidade.

Durante a primeira reunião executiva do projeto, a desembargadora Carina afirmou que o lançamento representa “a realização de um sonho”. Segundo ela, o Reconstrua é resultado de mais de um ano de articulações entre tribunais, órgãos públicos e entidades civis, com o propósito de transformar em ações concretas as diretrizes da política nacional voltada à população em situação de rua.

A desembargadora explicou que o Acordo de Cooperação nasceu das discussões internas do Comitê Regional PopRuaJud-Rio, que buscava definir como o Poder Judiciário poderia contribuir para a efetivação dessa política. “O nosso papel é articular, juntar instituições, aproximar quem sabe fazer empregabilidade e quem tem estrutura pública para apoiar”, afirmou.

Entre as ações previstas estão a reserva de vagas em contratos de prestação de serviços do Poder Judiciário e a realização de feiras e eventos de empregabilidade com empresas e sindicatos. O projeto prevê ainda parcerias voltadas à qualificação profissional das pessoas atendidas.

A Cáritas atua como uma das principais parceiras operacionais da iniciativa, com base na experiência adquirida no Projeto Ação Integrada, que há anos desenvolve ações de reinserção de pessoas resgatadas do trabalho escravo em parceria com o MPT. Carina destacou que a população em situação de rua é a mais exposta à exploração laboral e que o Reconstrua busca “criar oportunidades seguras de trabalho e cidadania”.

O plano de execução tem duração inicial de um ano, período em que será avaliado e poderá ser ampliado. A meta é impactar 50 pessoas na fase inicial, com ações de qualificação e inserção profissional.

Carina ressaltou ainda que o Reconstrua pretende envolver movimentos sociais e empresas na construção de estratégias conjuntas de inclusão. “Não se trata de valorizar o tribunal, o Ministério Público ou qualquer instituição isoladamente, mas de fazer juntos”, afirmou.

O Reconstrua: Trajetória Cidadã nasce, assim, como uma ação coletiva voltada à promoção do trabalho decente e à reconstrução de trajetórias de vida, conectando diferentes setores públicos e sociais em torno da empregabilidade e da dignidade humana.

O projeto é composto por 11 instituições: Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ), Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro (SMAS-Rio), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro (SEDSDH) e Fojurj.

Leia mais: Nova política do CSJT amplia acesso à Justiça para população em situação de rua

Segundo OIT, desigualdades ainda travam o avanço da justiça social no mundo

Em mutirão, Justiça do Trabalho presta assistência a pessoas em situação de rua

Últimas notícias

Sobre a Amatra 1

A Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região - Amatra1
é uma entidade de natureza civil, sem fins lucrativos, e atua na defesa dos direitos
e interesses dos magistrados trabalhistas ativos e aposentados do Rio de Janeiro.

Trabalho, justiça e cidadania
Acordo de cooperação para combate ao trabalho infantil