01 de abril de 2024 . 16:46
Presidenta aponta desvalorização da mulher no mercado de trabalho

O lançamento do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres evidencia mais ainda a disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil. A presidenta da AMATRA1, Daniela Muller, comentou os resultados e a persistência da desigualdade salarial de gênero ao longo dos anos.
“O relatório sinaliza que é recente essa postura de questionar, uma vez que foi naturalizado, muitos e muitos anos, essa desvalorização salarial da mulher, principalmente sob uma visão bem consolidada, na primeira metade do século passado, de que o trabalho remunerado da mulher seria secundário e complementar”, afirmou a juíza do Trabalho.
Segundo a presidenta, até mesmo as regras de Direito do Trabalho foram pensadas e instituídas muito para o paradigma do homem trabalhador, com a mulher vista como exceção. Ela argumenta que, apesar do trabalho feminino ser visto como secundário e de auxílio, a realidade mostra o oposto. Na história do país, milhares de mulheres atuaram em atividades extenuantes e perigosas, em ambientes fabris ou em lavouras, com remunerações baixas.
De acordo com os dados do relatório, as mulheres recebem em média 19,4% a menos que os homens, com uma diferença ainda mais acentuada em cargos de liderança, que chega a 25,2%.
“A situação é ainda mais grave quando se trata da mesma função, porque aí a desvalorização da mão de obra feminina fica ainda mais evidente, além de ser uma situação absolutamente ilegal”, disse a presidenta ao relembrar que a CLT proíbe que pessoas com a mesma atividade tenham remuneração diferenciada.
Os números apresentados também demonstram que apenas 32,6% das empresas possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres, enquanto 38,3% organizam ações para a promoção de mulheres a cargos de gerência. No recorte por raça/cor, as mulheres negras recebem em média R$ 3.040,89, o que corresponde a 66,7% da média salarial das não negras.
Daniela Muller ratificou a constatação do relatório e falou como a interseccionalidade de gênero e raça evidencia a desvalorização das mulheres negras em um mercado de trabalho que tende a hierarquizar os seres humanos e rebaixar os salários dos cargos ocupados por elas.
A pesquisa nacional foi elaborada a partir das informações enviadas por 49.587 estabelecimentos com cem ou mais empregados. O relatório contém dados sobre salários, remunerações, critérios de remuneração, recortes das unidades federativas, políticas de incentivo para contratação de mulheres com deficiência, vítimas de violência e LBTQIAP+.
Foto: Imagem ilustrativa / Freepik.
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“O relatório sinaliza que é recente essa postura de questionar, uma vez que foi naturalizado, muitos e muitos anos, essa desvalorização salarial da mulher, principalmente sob uma visão bem consolidada, na primeira metade do século passado, de que o trabalho remunerado da mulher seria secundário e complementar”, afirmou a juíza do Trabalho.
Segundo a presidenta, até mesmo as regras de Direito do Trabalho foram pensadas e instituídas muito para o paradigma do homem trabalhador, com a mulher vista como exceção. Ela argumenta que, apesar do trabalho feminino ser visto como secundário e de auxílio, a realidade mostra o oposto. Na história do país, milhares de mulheres atuaram em atividades extenuantes e perigosas, em ambientes fabris ou em lavouras, com remunerações baixas.
De acordo com os dados do relatório, as mulheres recebem em média 19,4% a menos que os homens, com uma diferença ainda mais acentuada em cargos de liderança, que chega a 25,2%.
“A situação é ainda mais grave quando se trata da mesma função, porque aí a desvalorização da mão de obra feminina fica ainda mais evidente, além de ser uma situação absolutamente ilegal”, disse a presidenta ao relembrar que a CLT proíbe que pessoas com a mesma atividade tenham remuneração diferenciada.
Os números apresentados também demonstram que apenas 32,6% das empresas possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres, enquanto 38,3% organizam ações para a promoção de mulheres a cargos de gerência. No recorte por raça/cor, as mulheres negras recebem em média R$ 3.040,89, o que corresponde a 66,7% da média salarial das não negras.
Daniela Muller ratificou a constatação do relatório e falou como a interseccionalidade de gênero e raça evidencia a desvalorização das mulheres negras em um mercado de trabalho que tende a hierarquizar os seres humanos e rebaixar os salários dos cargos ocupados por elas.
A pesquisa nacional foi elaborada a partir das informações enviadas por 49.587 estabelecimentos com cem ou mais empregados. O relatório contém dados sobre salários, remunerações, critérios de remuneração, recortes das unidades federativas, políticas de incentivo para contratação de mulheres com deficiência, vítimas de violência e LBTQIAP+.
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