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Cláudia de Abreu relembra medalha de ouro no Vôlei de Praia e destaca clima de interação dos Jogos Anamatra

 Juíza conta detalhes de conquista em 2023 na Urca;  inscrições para 15ª edição estão  abertas

Com a 15ª edição dos Jogos Nacionais da Anamatra marcada para 24 a 27 de outubro, em Salvador, a AMATRA1 tem relembrado, com a ajuda de atletas da entidade, as melhores histórias da última competição. Em novembro de 2023, no Rio de Janeiro, a juíza Cláudia de Abreu conquistou a medalha de ouro no Vôlei de Praia Feminino, ao lado da magistrada Mariella Garziera, do TRT5-BA, em partidas disputadas na Urca. 

O torneio fez parte do evento que reuniu cerca de 600 magistrados, competindo  em múltiplas modalidades. Cláudia destaca a integração entre colegas de diferentes regiões como um dos pontos altos do evento e, para ela, o entrosamento com a parceira de quadra foi o grande desafio até a subida ao pódio. 

Embora não mantenha uma rotina regular de treinos de vôlei de praia, a magistrada conta  que viu na disputa  a chance de intensificar a prática esportiva e representar a AMATRA1. Como nunca tinha jogado com sua parceira de dupla, teve de se esforçar para superar eventuais dificuldades de entrosamento. Mas valeu a pena. 

“A troca foi maravilhosa. Essa disputa saudável dentro de quadra gera uma comunicação e um ambiente muito agradável”, conta, acrescentando que a convivência com colegas de outras regiões, que dificilmente teria a oportunidade de conhecer, foi amistosa e enriquecedora. Um clima de apoio mútuo e de respeito marcou as torcidas presentes no evento.  

A juíza pontua que a experiência vai muito além da conquista de resultados esportivos, ressaltando o entrosamento social e os momentos de descontração como as melhores lembranças. “O mais prazeroso realmente foi participar e me divertir jogando com as colegas”, diz, acrescentando que, para fechar com chave de ouro, os Jogos ainda tiveram o belíssimo cenário da Urca como pano de fundo e dias ensolarados.

Para a magistrada, eventos como os Jogos representam ainda uma pausa fundamental na rotina estressante dos tribunais e um momento de reconexão com o esporte e o próprio bem-estar.  

“Desejo que todos se divirtam porque  é a oportunidade de sair do nosso local de trabalho, mais sério e compenetrado,  para um espaço de diversão, de esporte e de saúde”, conclui. 

A 15ª edição dos Jogos Nacionais da Anamatra em Salvador,  entre 24 e 27 de outubro, terá modalidades como futebol society, tênis, vôlei de praia, basquete e beach tennis. As inscrições seguem abertas até 15 de setembro.

Foto de capa: Juízas Cláudia de Abreu e Mariella Garziera na final do Vôlei de Praia Feminino em 2023.

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Luciana Conforti fala sobre processo penal feminista e violência de gênero no 34º EMAT

Luciana Conforti, ex-presidenta da Anamatra, vai discutir como o machismo estrutural impacta a Justiça e mantém mulheres em posição de vulnerabilidade

A juíza Luciana Conforti, ex-presidenta da Anamatra, será uma das palestrantes do 34º Encontro dos Magistrados do Trabalho da 1ª Região (EMAT). Em sua exposição, vai abordar o papel do processo penal feminista na desconstrução do machismo estrutural no sistema de Justiça, analisando casos emblemáticos. Entre os exemplos citados estarão crimes recentes que ganharam repercussão nacional, como os que envolveram o goleiro Bruno e o jogador Robinho. 

O evento, de entrada gratuita, terá como tema central o assédio nas relações institucionais e no ambiente de trabalho. Paralelamente, estão programadas palestras e debates sobre diferentes contextos em que a violência e a desigualdade de gênero se manifestam. 

Para a juíza Luciana Conforti, a transformação social e cultural desejada só será possível quando a sociedade reconhecer e enfrentar as desigualdades enraizadas em bases patriarcais. Ela destaca ainda a importância de compreender as interseccionalidades que agravam essas violências: fatores como raça, classe, sexualidade e gênero influenciam diretamente a forma como os crimes são praticados contra as mulheres e precisam ser considerados nas análises processuais. 

A proposta da magistrada é demonstrar, na prática, como o fascínio exercido por certas posições de poder masculino influencia o imaginário social e expõe a vulnerabilidade das mulheres diante de práticas abusivas.

O 34º EMAT é promovido pela AMATRA1 em parceria com a Escola Judicial do TRT-1 e acontecerá em 11 e 12 de setembro, no auditório do 4º andar do Tribunal. A programação é gratuita e aberta a todos os participantes, além de contar com festa de encerramento no terraço da sede.

Natural de São Paulo, Luciana Paula Conforti é juíza do Trabalho no TRT da 6ª Região (PE) desde 1998. Ela é doutora em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (UnB), mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista em Direito Previdenciário pela Escola Superior da Magistratura Trabalhista da 6ª Região, em parceria com a Faculdade Boa Viagem (FBV), e em Processo Civil pela Faculdade Boa Viagem (FBV). Presidiu a Amatra6 no biênio 2010-2012 e a Anamatra no biênio 2023-2025. Integra ainda o grupo de pesquisa Trabalho, Justiça e Cidadania.

A seguir, entrevista com Luciana Conforti

AMATRA1: Como o conceito de processo penal feminista pode contribuir para desconstruir o machismo estrutural presente no sistema judicial brasileiro?

Luciana Conforti: O conceito pode contribuir com a consideração do feminismo decolonial e da vitimologia para a garantia dos direitos processuais das mulheres vítimas de violência e, mais do que isso, com a mudança de uma cultura de vitimização dos agressores e culpabilização das vítimas, o que deve ser afastado em todos os tipos de processo.

AMATRA1: Quais são os principais desafios enfrentados pelo Poder Judiciário para garantir que casos de violência contra as mulheres não terminem em impunidade?

Luciana Conforti: Reconhecer a formação da sociedade com estrutura patriarcal, a influência do machismo, a opressão e as interseccionalidades como fatores de agravamento das violências contra as mulheres. Priorizar a observação de fenômenos sociais que influenciam diretamente no modo como as violências e os crimes são praticados contra as mulheres, a partir de categorizações como  raça, classe, sexualidade e gênero, etc.

AMATRA1: No EMAT, a senhora pretende abordar os casos do goleiro Bruno e do jogador Robinho como exemplos de violência e machismo. Como esses casos refletem problemas estruturais no combate às violências contra as mulheres?

Luciana Conforti: Os casos são exemplos do fascínio que certas posições ocupadas por homens exercem no imaginário social e da posição de vulnerabilidade das mulheres frente a práticas abusivas e muitas vezes toleradas devido a estereótipos impostos por padrões que devem ser desconstituídos.

AMATRA1: De que forma o recente julgamento do STF que declarou inconstitucional a tese da “legítima defesa da honra” representa um avanço na proteção dos direitos das mulheres e na mudança da cultura jurídica?

Luciana Conforti: Esse julgamento pelo Supremo Tribunal Federal é emblemático. Para mim, significa quebra de paradigma e verdadeiro marco antisdiscriminatório e de combate às violências contra as mulheres. A declaração de inconstitucionalidade da legítima defesa da honra afasta, de uma vez por todas, a possibilidade de alegações desamparadas de qualquer fundamento jurídico, para justificar os crimes, em razão de suposto padrão (i)moral atribuído às mulheres.

AMATRA1: Quais são as expectativas para o EMAT deste ano em termos de impacto na sensibilização dos magistrados e na implementação de uma visão feminista e antidiscriminatória no processo penal?

Luciana Conforti: A expectativa é a de que as luzes do processo penal feminista possam trazer contribuições para as apreciações dos processos na Justiça do Trabalho, demonstrando que outros saberes e teorias auxiliam na compreensão mais plural da sociedade. 

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Ao UOL, Daniela Muller alerta para uso indevido da recuperação judicial pelo agronegócio

 Presidenta da AMATRA1 aponta distorções na aplicação da lei e como produtores têm se beneficiado em detrimento de trabalhadores e do mercado

A juíza Daniela Muller, presidenta AMATRA1, avaliou que o aumento de pedidos de recuperação judicial no agronegócio expõe um uso equivocado da lei por produtores rurais. Em entrevista recente ao portal UOL, Daniela explicou que a prática tem desvirtuado o objetivo do instrumento legal, que deveria ser utilizado com o objetivo de reestruturar empresas em crise e preservar empregos, e não para reduzir dívidas ou, de forma prolongada, para proteger patrimônios.

“O empresário é o responsável pelos riscos do negócio — até porque é ele que fica com o lucro, com os benefícios. O trabalhador precisa do salário para sobrevivência”, afirmou a presidenta da Amatra1.

O alerta da magistrada ganha relevância diante do cenário do setor: o Banco do Brasil registrou R$ 12,73 bilhões em atrasos de mais de 90 dias nos pagamentos agrícolas, provocando queda de 60% no lucro do segundo trimestre de 2025, com inadimplência concentrada principalmente no Sul e Centro-Oeste, incluindo R$ 2,27 bilhões em recuperações judiciais. Para especialistas, o aumento de pedidos não reflete crises reais e compromete a credibilidade do setor.

O Banco do Brasil acompanha atualmente 808 clientes em recuperação judicial de um total de R$ 5,4 bilhões, parte do valor ainda fora do balanço por se referir a vencimentos futuros. A crise no agronegócio tem múltiplas causas, incluindo pandemia, elevação de juros e dificuldades de financiamento, mas também envolve práticas consideradas oportunistas, com escritórios de advocacia incentivando pedidos de recuperação que não se enquadram na lei.

De acordo com dados da Serasa Experian, os pedidos de recuperação judicial no agronegócio cresceram 45% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. O aumento reflete custos elevados, prazos longos para recebimento de pagamentos e exigências rigorosas de garantias, pressionando o fluxo de caixa e limitando opções de gestão.

Alguns escritórios têm promovido a recuperação judicial como instrumento de negociação prolongada, oferecendo condições como carência de até dois anos e prazos de até dez anos para quitação de dívidas, além de descontos significativos. Especialistas jurídicos alertam que tais estratégias podem configurar fraude e comprometer a confiança do mercado.

Casos emblemáticos, como o do conglomerado Safras em Cuiabá, expõem a aplicação irregular do mecanismo, incluindo pedidos com documentação incompleta ou inclusão de indivíduos que não se enquadram como produtores rurais. Processos suspensos em razão de ilegalidades demonstram a necessidade de criteriosa análise judicial e servem como referência para futuras decisões.

O cenário tem levado o Conselho Nacional de Justiça a abrir comissão especial para aprimorar a atuação do Judiciário nos processos de recuperação e falência do setor agrícola, com objetivo de separar pedidos legítimos de estratégias fraudulentas. O aumento das recuperações judiciais irregulares suscita debates sobre a sustentabilidade do modelo de funcionamento do agronegócio e a necessidade de alternativas para acesso a crédito, como plataformas de financiamento inovadoras e integração com o mercado financeiro.

Com informações do UOL

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